Wanessa Camargo nunca negou que teve problemas com o relacionamento do pai, Zezé di Camargo, com a nova madrasta, Graciele Lacerda, mas hoje tudo está muito bem resolvido. As duas já se seguem nas redes sociais, se encontraram recentemente em alguns eventos de família e a cantora afirma que elas têm uma relação muito tranquila.
“Está muito boa, de muito respeito. Quando a gente convive com o meu pai, meu marido e filhos, sempre tem muito respeito. Ela está fazendo muito bem para o meu pai, ele está feliz e isso é o que importa. Acho que a vida é muito curta para guardar mágoa de alguém. Isso incluiu tirar qualquer mágoa que eu tenha no meu coração e seguir em frente”, diz.
Ela explica que esta mágoa não significa, necessariamente, que Graciele tenha feito algo contra ela, mas que nenhuma filha gosta de ver os pais separados e, muitas vezes, teve a tendência de culpar a terceira pessoa que entrou no caminho.
“Não pensamos que o casamento não esteja bem. A gente sempre quer que os nossos pais estejam juntos e isso é natural. Acho que, mesmo que a gente aceite a separação, sempre fica uma dorzinha e lembranças de como era bom quando éramos nós. A gente tem de entender. Hoje, como mulher casada, entendo que um casamento é uma construção e não é necessariamente para sempre. Os filhos, o respeito e o carinho são para sempre. Não necessariamente você vai ficar para sempre com seu cônjuge. Isso pode acontecer com qualquer casal que ficou um tempo juntos. Foram mais de 30 anos juntos. Foi uma história. Poderia ter durado um ano juntos e deu certo naquele tempo.”
E por falar em sua família, a dona do hit Amor Amor é mãe de José Marcus, de 7 anos, e de João Francisco, de 4 anos e meio, que têm muita história para contar. Os dois na fase da infância com descobertas a cada dia e conta que o caçula está copiando tudo o que o irmão mais velho faz e quer sempre chamar a atenção.
“O João quer toda a atenção e está perguntando o porquê de tudo. Já o José, que está mais mocinho, está fazendo muitas perguntas que eu fico com o cabelo em pé, como ‘quem criou o mundo?’ e o ‘o que existia antes de Deus?’. São perguntas bem interessantes que muitas vezes eu nem sei responder. Também está naquela fase de ter mais responsabilidade. Estou trabalhando nele a independência”, detalha.
Ela diz que tem pecebido junto com seu marido, o produtor Marcus Buaiz, que os dois têm de estudar cada vez mais para conseguir educar os meninos e se tornam pessoas melhores por causa deles.
“Hoje fico mais atenta sobre qual exemplo eu vou dar e não só o que eu vou responder. Penso ‘será que eles estão me vendo respeitar as pessoas ou as diferenças?’, ‘Eles estão me vendo uma pessoa mais ansiosa ou calma?’, então isso tem me feito trabalhar o meu jeito de ser e ver o mundo, de atuar, para que eles possam ser melhores do que eu”, explica.
Outro desafio muito importante de Wanessa é educar seus dois meninos em um mundo ainda tão machista para que eles não sigam pelo mesmo caminho. Ela afirma que o exemplo começa dentro de casa e, na família, não tem um quem mande mais: os dois têm o mesmo poder.
“Começa com esta decisão minha e do Marcus, que foi muito trabalhada. Sempre mostramos que, nós como pais, estamos construindo as nossas decisões juntos. Mostramos que temos mais conhecimento do que eles. Estamos os protegendo para que sejam bem educados, mas dentro de casa eles veem a igualdade: não tem ninguém que tem mais dinheiro ou poder ali. Claro que com suas diferenças. Eles me acham mais criativas e sou melhor para brincar de muitas coisas, mas para outras o papai é melhor. Isso é natural deles.”
Ela ainda pontua que gosta de ouvir as perguntas mais complexas das crianças e teve de responder a José Marcus o que significa a palavra “veado” na música “Que Tiro Foi Esse?”.
“Ele me perguntou se era o bicho. Eu retruquei e perguntei o que ele achava que era. Expliquei o que era para que pudesse ter um conhecimento dentro das limitações de uma criança. Quando não sei, sou muito sincera e digo que vou procurar para saber responder. Por exemplo, dias desses discutimos sobre a evolução de Darwin e comparamos com a teoria bíblica. Expliquei que as duas podem ter acontecido. Ele me afirmou que acreditava na evolução, mas acredita em Deus. Ele acha estranha a história da Bíblia. Não sou uma mãe rígida, mas acho que a criança tem de ter limites e não precisa saber tudo agora”, finaliza.