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Viúva de Paulinho do Roupa Nova diz que virou ambulante no Rio

Elaine pediu ajuda a uma amiga que trabalha vendendo artigos de acrílico em uma banca no Saara, região de comércio popular no Rio de Janeiro

Elaine Soares Dias, viúva de Paulinho, vocalista do Roupa Nova, disse em entrevista que trabalhou como ambulante nos últimos dias para conseguir dinheiro para comprar presentes de Natal para a família. Ela, que é psicóloga e advogada, está em uma batalha judicial com os filhos do cantor para ter a união estável reconhecida e também direito à herança.

Enquanto isso não acontece, Elaine pediu ajuda a uma amiga que trabalha vendendo artigos de acrílico em uma banca no Saara, região de comércio popular no Rio de Janeiro. "Pedi trabalho a uma amiga. Liguei para ela e perguntei se podia trabalhar. Antes ela tinha um quiosque no Centro do Rio, mas, com a pandemia, perdeu e agora está com uma banca na calçada, onde bate sol o tempo todo", explicou Elaine, que ficou no local com a amiga por alguns dias, mas não aguentou o cansaço.

Viúva de Paulinho do Roupa Nova diz estar sem dinheiro para o Natal 

"Não posso cuspir no prato que comi, porque ela foi muito legal comigo. Poderia ter dito que não, mas dividiu comissão comigo. Trabalhei de segunda passada até ontem. Hoje tirei o dia para descansar porque para ganhar dez reais para ficar o dia inteiro em pé não compensa." Desempregada e com depressão, ela conta que trabalhou por 15 anos na área de recursos humanos da Pfizer, mas deixou o emprego para conseguir acompanhar a rotina de Paulinho com os shows. Foi o cantor quem pagou a segunda faculdade para ela, de Direito.

"Fiz exame de ordem (OAB), passei. Só que durante o tempo em que estávamos casados, cuidava de tudo, de mim, dele, da casa. Viajava com ele e aí, para trabalhar, não teria a disponibilidade que precisava ter para acompanhá-lo nos lugares que acompanhei." No comércio popular, Elaine ajudou a amiga a vender tacinhas de acrílico, mas não conseguiu ficar por muitos dias na função. "Estou muito cansada, com a perna inchada, dolorida. Fiquei em pé no sol o dia inteiro, de nove da manhã às seis da tarde. Hoje não aguentei ir. Falei com minha amiga para me pagar ontem porque hoje para mim não dava. E ainda está chovendo aqui no Rio." 

Segundo Elaine, a audiência de instrução e julgamento que vai definir se ela tinha direito à herança deixada pelo cantor está marcada para março. "Não sei nem como vou viver até lá", lamenta a viúva. Ela afirma que viveu 16 anos ao lado do artista e que o acervo de fotos do casal prova a união. Paulinho morreu em dezembro do ano passado, aos 68 anos, em decorrência de complicações causadas pelo vírus da covid-19.