As revelações de Andressa Urach em seu livro biográfico - "Morri para viver- Meu submundo de fama, drogas e prostituição"- continuam surpreendendo e dando o que falar.
Entre elas, a loira relata experiências com sadomasoquismo quando era prostituta de luxo e trabalhava em um famoso bordel de Porto Alegre. Na época, ela usava o nome de guerra Ímola, inspirado na cidade italiana que sedia o autódromo onde o piloto Ayrton Senna morreu, em 1994.
No capítulo intitulado "O diário de uma garota de programa", Andressa conta que "viveu intensamente os piores episódios de luxúria que a mente humana é capaz de imaginar". Como Ímola, Urach não tinha preconceito com parceiros. Como ela revela no livro, passaram por sua cama homens casados, velhos, jovens, solteiros, ricos, pobres, homossexuais, mulheres, casais... Não havia preconceito e a dor era encarada com prazer.
"Tinha prazer em sentir e provocar dor nas relações sexuais. Tinha prazer em me submeter às fantasias eróticas mais agressivas. Eu me sujeitei a todos esses rebaixamentos com gente de cabeça doentia, porque nunca aprendi a dar valor a mim mesma e à minha dignidade. A sede de dinheiro e o impulso pelo sucesso exterminaram meu caráter e me transformaram em um ser humano sem valores."
Andressa lembra dos amantes sadomasoquistas com quem se relacionou na época da prostituição. Com um homem de negócios respeitado, proprietário de um dos maiores grupos de venda de carros importados do Rio Grande do Sul, segundo ela, Andressa passou momentos delicados. "De noite, era um viciado em pedidos obcenos, cercados de violência. Eu encerrava as séries de tortura com dores nos braços e nas pernas de tanto ele bater." Em uma ocasião com esse parceiro, depois de seguir suas ordens e chicoteá-lo até a exaustão, ela relata que largou o chicote e o objeto, de forma involuntária, atingiu o rosto do homem. "No susto, com apenas um braço, ele me puxou pelos cabelos e prendeu minha cintura com as pernas, com um golpe de judô. E desferiu um soco com a mão fechada bem no meu queixo. Desmaiei na hora. (...) Na cama um bilhete de despedida com um agradecimento pela relação e o aviso de que havia pagado as despesas do motel. Passei várias semanas com enxaqueca e um hematoma no maxilar."
O caso mais dramático relatado por Andressa Urach foi com um argenino bissexual, de passagem pela capital gaúcha. "(...) Já no quarto, o argentino se cortou com uma garrafa e sangrava da cintura para baixo. Fiquei aterrorizada, presa ali por longos minutos. Passei a chorar de pânico, sem me mexer. Só consegui juntar minhas roupas e minha bolsa, e sair correndo. Permaneci dois dias em casa, em estado de choque, sem ir ao bordel."