O sequestro de Silvio Santos
No dia seguinte à liberação de Patrícia, Silvio Santos foi sequestrado pelo mesmo homem, Fernando Dutra Pinto. Mas, antes disso, Fernando havia sido localizado pela polícia, escondido em um flat em Barueri (São Paulo) com armas e R$ 464.850,00 em espécie. Na tentativa da polícia de prendê-lo em flagrante, o homem matou dois policiais e foi baleado por um terceiro, mas conseguiu fugir.
Mesmo ferido, o sequestrador desceu nove andares pelo lado de fora do prédio do flat e passou a ser perseguido pela polícia. Ele trocou de carros mais de uma vez, até que os policiais o perderam de vista. A partir daí, Fernando decidiu ir até a casa da família Abravanel e sequestrar Silvio Santos.
Ao adentrar a residência do apresentador, Fernando cortou o fio que alimentava a segurança elétrica da casa da família e fez todos os presentes de reféns, além de exigir um helicóptero para a fuga. Posteriormente, o sequestrador permitiu que as mulheres e os funcionários saíssem da casa, mas se negou a negociar com a polícia.
O então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi pessoalmente à casa de Silvio para negociar a rendição. O apresentador pediu para que Alckmin garantisse a segurança de Fernando ao sair da residência, quando ele fosse entregue à polícia. Os policiais chegaram a levar a irmã do sequestrador ao local do crime para tentar convencê-lo a se render.
Foi depois de quase oito horas de tentativas de negociações entre Fernando, Silvio Santos e até entre Alckmin, que o sequestrador se rendeu. Segundo os noticiários na época, Fernando não tinha a intenção de ferir Silvio ou o restante da família e entrou na residência para pedir auxílio ao apresentador, já que achava que seria morto pela polícia. Ele chegou a comer e tomar banho na casa da família Abravanel.
Após a rendição de Fernando, Silvio Santos deixou a casa ao lado do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do secretário de segurança do Estado. A mulher e as filhas do apresentador (que foram liberadas antes) saíram em dois carros pelos fundos da casa do vizinho, acompanhadas de policiais.