Nívea Maria, que deixou a Globo em 2022 após 51 anos na emissora, reconheceu ter ficado abalada com a sua saída.
o que ela disse?
Em sua participação no programa Companhia Certa, da RedeTV!, a atriz respondeu a uma pergunta de Ronnie Von sobre a quantidade de remakes que a Globo produziu nos últimos anos. Para Nívea, a dramaturgia da televisão brasileira está "perdida" e "precisando de criatividade".
Os temas foram abordados de maneira direta pelo apresentador, que começou perguntando quanto tempo ela permaneceu na emissora. Ao saber que ela trabalhou lá por mais de cinco décadas, o músico quis saber qual era o sentimento em relação à demissão.
"Veja bem... Aí a gente percebe como as coisas são, né? Eu estava gerenciando um restaurante, o que me mostrou o lado empresarial, e você precisa fazer mudanças. De certa forma, eu compreendi. O problema foi o jeito como isso foi feito. Conversando com o Boni [José Bonifácio de Oliveira Sobrinho] e outras pessoas, concordamos que: Não, não pode ser assim", começou ela.
"Porque o Boni diz: você ajudou a construir as paredes da Globo. Aqueles cem tijolos ali foram você quem colocou. Claro, ele ressalta isso agora. Então, a empresa deveria, não sei, considerar outra maneira de desligar ou afastar as pessoas. Foi muito frio. Foi muito... Enfim. Doeu? Sim, doeu. Mas é como a gente fala: 'Encontramos uma pedra no caminho. O que fazemos? Vamos tropeçar e cair? Chorar? Não, vamos pegá-la e colocá-la de lado'."
A atriz reforçou que, nos últimos dois anos, tem se dedicado a peças de teatro e séries no streaming — ela chegou a participar de A Divisão, do Globoplay, no ano passado. Embora tenha gostado do formato, ela admitiu que a quantidade de violência mostrada nas produções sob demanda a incomoda.
Outro ponto de desconforto é em relação às novelas. "Na minha visão, a dramaturgia da televisão brasileira está um pouco desorientada. Claro, um remake de algo que foi um sucesso... Mas, será que é isso que esse novo público da televisão brasileira quer assistir? Porque, ao observar a reação das pessoas, 'ah, vem aí um remake', você percebe que são pessoas da geração mais antiga, que viram a primeira versão da novela, então, eu não, não... Sei lá, não sou contra, mas acredito que falta um pouco de criatividade, especialmente na dramaturgia brasileira." finalizou a atriz.