Jean-Claude |
Foto: Karime Xavier/Folhapress
O escritor, crítico de cinema e ator Jean-Claude Bernardet faleceu nesta sexta-feira (12), aos 88 anos, no Hospital Samaritano, em São Paulo. A informação foi confirmada pela Cinemateca Brasileira, que também informou que o velório será realizado na própria instituição. A causa da morte não foi divulgada, e ainda não há detalhes sobre o horário da cerimônia.
O que aconteceu?
Radicado no Brasil, Bernardet vivia no 30º andar do Edifício Copan, no centro da capital paulista. Em entrevistas, ele relatou sua relação com a cidade, descrevendo São Paulo como um lugar “um pouco uma droga, vicia”. Apesar de já ter sofrido agressões e assaltos na região central, afirmou manter uma ligação amistosa com o local.
Ao longo da carreira, Bernardet teve uma atuação marcante no cinema brasileiro. Foi crítico, ensaísta, roteirista, diretor, professor, escritor e ator. Entre suas principais obras estão Brasil em Tempo de Cinema (Companhia das Letras), Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro (Annablume) e O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira (Editora Brasiliense), este em coautoria com Maria Rita Galvão.
Em 2008, recebeu o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília pelo filme FilmeFobia, de Kiko Goifman. Também participou de longas como A Navalha do Avô, Periscópio, Pingo D’água e Fome, e descrevia sua atuação como “uma opção radical”. Em 2016, revelou que a escolha pela interpretação surgiu durante um período de depressão.
Sua última publicação foi o livro de memórias Wet mácula: memória/rapsódia (Companhia das Letras), escrito em parceria com Sabina Anzuategui. Bernardet começou sua trajetória na crítica nos anos 1950, no Suplemento Literário do Estadão, a convite de Paulo Emílio Salles Gomes. Também foi professor emérito na Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP).
Em homenagem à cidade onde viveu por décadas, dirigiu o filme São Paulo, Sinfonia e Cacofonia, lançado em 1994.