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Morre Anita Bryant, cantora, evangélica e ativista anti-LGBTQIA+, aos 84 anos

A cantora e ativista Anita Bryant faleceu aos 84 anos no dia 16 de dezembro, mas a notícia só ganhou destaque na imprensa internacional no final desta semana

A cantora e ativista Anita Bryant faleceu aos 84 anos no dia 16 de dezembro, mas a notícia só ganhou destaque na imprensa internacional no final desta semana. Conhecida como uma das maiores perseguidoras da comunidade LGBTQIA+ nas décadas de 1970 e 1980, Anita deixou um legado polêmico e controverso.  

Anita morreu em Edmond, Oklahoma, e a notícia foi confirmada pela família por meio do jornal local The Oklahoman. Sua carreira começou na música e na televisão. Em 1958, representou o estado de Oklahoma no concurso Miss América, conquistando o segundo lugar. Durante a década de 1960, teve grande sucesso musical com hits como Paper Roses e My Little Corner of the World, que chegaram ao top 10 da Billboard. Nesse mesmo período, foi indicada a três prêmios Grammy por suas performances de música sacra.  

ANTI - LGBTQIA+

Apesar de seu sucesso artístico, Anita é mais lembrada por sua postura anti-LGBTQIA+ e suas campanhas públicas contra a comunidade. Em 1977, ela lançou o movimento Save Our Children ("Salvem Nossas Crianças") com o objetivo de revogar uma lei do condado de Miami-Dade que proibia a discriminação com base na orientação sexual. "Eu amo os homossexuais, mas odeio seus pecados", declarou a evangélica, que era membro da Victory Church, em Warr Acres, Oklahoma.  

Embora tenha obtido vitórias iniciais, como a revogação da lei em Miami, a influência de Anita começou a declinar após o fracasso da Briggs Initiative na Califórnia, que buscava proibir professores que apoiassem causas LGBTQIA+ de lecionar em escolas públicas. A oposição do então ex-governador Ronald Reagan, que mais tarde se tornaria presidente dos Estados Unidos, enfraqueceu seu movimento homofóbico. A partir daí, ela enfrentou duras críticas da mídia, perdeu contratos publicitários e viu o movimento LGBTQIA+ crescer em resposta, com campanhas como Protejam Nossas Crianças de Anita Bryant.  

TORTA NA CARA

Um dos episódios mais marcantes de sua vida ocorreu em 14 de outubro de 1977, quando, durante uma coletiva de imprensa em Des Moines, Iowa, ela foi atingida no rosto por uma torta lançada por um ativista. A cena, registrada ao lado de seu marido, Robert Green, se tornou icônica. O responsável pelo protesto foi simplesmente retirado do local.  

Nos últimos anos de sua vida, Anita permaneceu envolvida com a comunidade evangélica, escreveu livros religiosos e fundou o Anita Bryant Ministries International. Nos anos 1990, administrou um teatro em Branson, Missouri, até retornar ao Oklahoma em 2002, onde viveu até seu falecimento.