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Juliana Caldas sobre namoro: "não escolho pessoa pela estatura"

Atriz, que está roubando a cena, em O Outro Lado do Paraíso

Aos 30 anos, Juliana Caldas está tendo a oportunidade de atuar na novela das 9h, O Outro Lado do Paraíso, e levantar o debate sobre o preconceito que as pessoas com nanismo sofrem, em horário nobre.

"Espero que a novela abra a mente das pessoas e que elas respeitem as pessoas com nanismo e com qualquer outro tipo de deficiência", declara a atriz, que já foi bancária e trabalhou como animadora infantil no Parque da Xuxa.

"Eu trabalhei 10 anos com infantil, que é uma coisa bem lúdica e agora eu chego o mais próximo possível da realidade e levo um choque. Às vezes, a gente se perde assim por ser tão próximo da realidade que vivemos", conta a intérprete de Estela, na trama de Walcyr Carrasco, que não critica os anões que aceitam papéis em humorísticos na televisão.

Juliana Caldas (Crédito: Reprodução)
Juliana Caldas (Crédito: Reprodução)

"Cada um é cada um. Eu nunca fiz. Já fiz programa de humor, mas não que me humilhasse. O que eu espero é que as pessoas me vejam primeiro como atriz e não como uma anã. E, sim, porque eu posso fazer aquele papel", afirma.

Namoro

A relação de Juliana com a arte veio já na idade adulta. A atriz atuou em outra área antes de fazer teatro. "Eu passei dois anos em um banco e eu quase enlouqueci e vi que não dava para mim", confessa ela, que já viveu um romance com um homem de estatura comum.

"Era um namoro normal. Eu não escolho pessoa pela estatura, pela cor e sim pelo ser humano que ele é. Então, eu me interesso por pessoas", justifica ela, que ainda não se acostumou com o assédio. "O meu foco principal é o trabalho, levantar essa bandeira contra o preconceito, não só em relação ao nanismo, mas com todas minorias", pondera.

Juliana Caldas, Grazi Massafera e Sérgio Guizé (Crédito: Reprodução)
Juliana Caldas, Grazi Massafera e Sérgio Guizé (Crédito: Reprodução)

Preconceito

A atriz lembra um caso de despreparo que a deixou chateada. "Uma vez, eu fui comprar um ingresso em uma casa de show, em São Paulo, e pela lei eu tenho direito a comprar um ingresso no espaço para deficiente e a atendente não quis me vender porque aquele espaço é só para cadeirante. E eu tive que explicar que eu sou deficiente. O ananismo é uma má formação. Pode acontecer tanto dos pais para os filhos, ou não. Na minha família, tem o meu pai e o meu irmão", detalha.

Juliana enumera as dificuldades de sua deficiência. "Você olha para mim e vê que estou bem-vestida, de salto e acha que anã não tem problema. Como não?! E as dificuldades que eu passo?! Tem vários tipos de ananismo. Tem inúmeros problemas no corpo da pessoa. A gente tem muito problema de coluna, de joelho, problemas respiratórios, não é uma vaidade querer nossos direitos. E eu tenho que explicar que está na lei para exigir. O preconceito é decorrente de uma falta de informação", lamenta.