A recente polêmica envolvendo os irmãos influenciadores Léo e Jade Picon gerou grande repercussão nas redes sociais, especialmente em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca acabar com a escala de trabalho 6x1. A proposta, encabeçada pela deputada federal Erika Hilton, visa proporcionar mais descanso aos trabalhadores, alterando a atual realidade em que muitas pessoas têm apenas um dia de folga após seis dias consecutivos de trabalho.
O que aconteceu?
A situação ganhou destaque após Léo Picon, conhecido por suas postagens polêmicas, criticar a PEC. Em um texto publicado nas redes sociais, ele questionou a proposta e expressou sua opinião de maneira negativa.
“Essa PEC com o fim da escala 6x1 me parece uma cortina de fumaça pra algo, pq não é possível”, escreveu o influenciador. Ele seguiu com suas críticas, afirmando que “essas ideias populistas abordadas de forma rasa no fim se tornam piores para a população” e que, ao invés de benefícios, a medida poderia levar a uma série de problemas, como “redução de salários, informalização do mercado de trabalho ou redução de atendimento aos clientes”.
Léo também mencionou o impacto na economia, afirmando que a medida poderia diminuir investimentos privados, citando a taxa de juros elevada no país.
O post rapidamente gerou reações negativas, e o influenciador, diante das críticas, decidiu apagar a publicação. No entanto, no dia seguinte, ele voltou a se posicionar, publicando novamente o mesmo texto, desta vez com um complemento onde se defendeu: “Ficar menos de 2h no trânsito todos os dias, creches e escolas em período integral, não sufocar salários em impostos que não retornam, diminuir a taxa de juros, educação pública que contribua para o crescimento profissional”.
Léo também fez questão de negar os rumores sobre sua condição financeira, afirmando que não é “herdeiro” e que não possui “grandes fortunas”. Irritado com a repercussão, o influenciador completou a publicação com uma declaração contundente: “Meu pensamento é esse e se você discorda você tem todo o direito de ser burro. A burrice é plantada para que eles colham os frutos.”
Após essa nova manifestação, Léo foi novamente alvo de críticas nas redes sociais, com internautas destacando as diferenças de contexto entre sua realidade e a dos trabalhadores que enfrentam jornadas intensas.“É muito fácil pra um menino branco, loiro e rico opinar como deve ser a escala de trabalho do pobre né?” disse um seguidor. Outro comentou: “Já tava ruim o outro que vc apagou. Aí veio com mais textão pra tentar dar um de entendido e só piorou o que já tava péssimo. Vai vc trabalhar 6 dias na semana pra ganhar 1 salário mínimo e volta aqui pra defender esse absurdo.”
O pronunciamento da Jade Picon
No meio da polêmica, a irmã de Léo, Jade Picon, também foi mencionada. Em uma série de stories no Instagram, a influenciadora fez questão de se manifestar sobre o tema, destacando que não costuma se posicionar sobre assuntos nos quais não se sente à vontade para falar.
“Eu não sou de me posicionar sobre os assuntos porque aprendi cedo que existe uma coisa chamada lugar de fala. Sofro com isso? Preciso dizer algo? E o meu lugar de reivindicar algo? Não. Então, eu apoio ou fico quieta por conta dos meus zilhões de privilégios e que eu tenho a plena consciência disso”, iniciou Jade.
Ela continuou seu desabafo, expressando desconforto com a ideia de que as pessoas assumam um posicionamento dela sem que ela tenha se manifestado. “É muito triste quando pressupõem um posicionamento meu sem eu ter falado nada”, disse.
Em seguida, Jade reforçou sua opinião sobre o tema: “Eu acho, sim, que as pessoas têm que reivindicar uma vida mais digna, lazer, saúde mental, uma vida mais equilibrada”. Ao final de sua fala, Jade retornou ao tema do “lugar de fala”, dizendo: “E, cara, não gosto de vir aqui falar essas coisas porque não é o meu lugar de falar, mas estou aqui para mostrar o meu apoio, que é o mínimo que posso fazer”.
A PEC
A PEC que propõe o fim da escala 6x1 ainda está em fase de coleta de assinaturas no Congresso Nacional. O texto precisa de 171 assinaturas para ser analisado em sessão. Deputados como Nikollas Ferreira e Kim Kataguiri têm se manifestado contrários à proposta, enquanto outros parlamentares e entidades apoiam a mudança como uma medida necessária para melhorar as condições de trabalho no Brasil.