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Hytalo Santos revela quanto ganhava por mês antes de ser preso

Declarações foram dadas no processo que investiga tráfico de pessoas, exploração sexual e pornografia infantil envolvendo vídeos com adolescentes

Trechos do depoimento de Hytalo Santos exibidos pelo Fantástico nesse domingo (30) mostraram parte da defesa do influenciador no processo que investiga a produção e a divulgação de vídeos com adolescentes. Ele e o marido, Israel Vicente, conhecido como Euro, respondem por tráfico de pessoas, exploração sexual e pornografia infantil.

ganhos mensais

Durante a audiência, chamou atenção o momento em que o Ministério Público questionou os rendimentos de Hytalo. Ao explicar suas fontes de receita, ele afirmou que não recebia valores das plataformas onde os vídeos eram publicados e disse que sua renda vinha de publicidade e rifas autorizadas. Questionado sobre o faturamento mensal, declarou que seus ganhos variavam entre “400 e 600 mil reais”.

O Fantástico exibiu, em seguida, trechos em que Hytalo tenta justificar o conteúdo divulgado. Ele afirmou que os vídeos retratavam o cotidiano da periferia e as coreografias do brega funk. O influenciador disse ter se sentido surpreendido pelas denúncias e relatou desconforto com a investigação. “Eu me sinto até um pouco constrangido por ter feito tanto por essas crianças, tanto por esses adolescentes que estão colocados aqui nos autos e ter que responder… mas me dói, me dói muito”, afirmou.

Em outro momento, negou ter gravado cenas de cunho sexual. “Eu nunca cheguei a gravar vídeos com cenas pornográficas nem com cunho sexual… para a gente que é da periferia é arte”, disse.

Acusações do Ministério Público

O Ministério Público afirma que parte dos adolescentes chegou a morar com o casal em um condomínio em Bayeux, na Grande João Pessoa. Para o MP, o conteúdo publicado caracterizava exploração. Em audiência, o promotor perguntou se Hytalo tinha conhecimento de comentários que sugeriam interpretação sexual dos vídeos. Ele respondeu que não acompanhava o volume de interações: “Chegavam a ter 20 mil comentários, 30 mil comentários… e a maioria era baseada na força de cada personagem”.

O influenciador também disse que não havia acordo formal de pagamento aos jovens. “Os pais eram, mas não por obrigação, não por combinado, eu me sentia no direito de fazer por eles”, declarou.

O caso ganhou repercussão após o influenciador Felca publicar um vídeo criticando a “adultização” de menores na internet. A partir disso, o GAECO pediu a prisão de Hytalo e Israel. Eles foram detidos em São Paulo e transferidos para a Paraíba. A Justiça negou o pedido de soltura. A defesa dos dois afirmou: “Eles podem ser vistos como sensuais, mas a lei não criminaliza o ato sensual. E a pornografia não está demonstrada”.

Além do processo criminal, o casal também responde a uma ação do Ministério Público do Trabalho por tráfico de pessoas para exploração sexual e por submeter menores a condições degradantes.

Depoimento com choro

Em outro vídeo exibido pelo Fantástico, Hytalo aparece chorando ao comentar o impacto das denúncias. “Eu não vou estar livre nunca mais do que fizeram com minha imagem. Onde eu chegar agora eu sou visto como pedófilo, eu sou visto como um abusador, como uma pessoa pervertida”, disse

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