O corpo tem vários significados para Leticia Colin: é um instrumento para concretizar desejos, plataforma de trabalho e de resistência. Na defesa da emancipação feminina, a atriz posou com os seios à mostra para a capa de uma revista. Leticia interpretou em 2018 o personagem Rosa em \"Segundo Sol”, telenovela da rede Globo.
“Vejo meu corpo como ferramenta de luta”, disse a atriz em entrevista. “Diante do avanço do conservadorismo, posar com os seios à mostra é um jeito de lutar pelas liberdades. No mundo inteiro existem tabus em torno da imagem feminina e leis que interferem nas escolhas que fazemos em relação à ela”, completou.
A foto não tinha nada a ver com erotismo. No mês anterior ao ensaio, realizado na zona Oeste de São Paulo, Leticia havia feito fotos de lingerie para uma publicação masculina. Ali, optou por não mostrar os seios. Feminista declarada, tem sido há tempos personagem ativa na luta por direitos. Defende a legalização do aborto e, claro, a autonomia de vestir o que quiser. “Nosso corpo deve ser um instrumento de nossas escolhas e desejos. Seios de mulheres não deveriam causar estranhamento. Por que homens podem andar sem camisa e nós não?”, afirma.
Apesar de trazer consigo um tom de “rosto novo da TV”, a paulista de Santo André, no ABC, está na televisão desde os 10, quando estreou em um pequeno papel no seriado Sandy & Júnior, da Globo. Sete novelas, oito séries, sete filmes e dez peças de teatro depois, veio a virada. Escalada para viver a imperatriz Leopoldina em O Novo Mundo, trama das 6 que foi ao ar em 2017, sem querer roubou as atenções da protagonista. Ganhou o público, foi elogiada pela crítica e indicada a prêmios graças à interpretação minuciosa e a um sotaque austríaco impecável.
O ator e apresentador Michel Melamed, 42, casado com Letícia há três anos, reconhece na companheira a essência libertária. “Ela é uma mulher livre porque é autêntica. É a mesma pessoa conversando com alguém que conheceu há dez minutos ou com quem já conhece há dez anos”, explica. “Não esconde de ninguém o que pensa, nem quem ela é. Ser assim aberto para o mundo é revolucionário.”