O Dia da Consciência Negra, celebrado neste domingo (20), não serve apenas para nos lembrar da relevância do povo africano na construção da sociedade brasileira, como para alertar sobre os casos (ainda) persistentes de racismo. O preconceito ainda não dá trégua, atingindo não apenas anônimos, como também famosos, como os casos recentes de celebridades brasileiras vêm confirmar.
Muitas dessas vítimas conhecidas foram alvo de racismo em publicações na internet e decidiram não se calar, denunciando o crime. A última vítima foi a pequena filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, Titi, de 2 anos. O ator esteve na última quarta-feira na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio, para prestar queixa.
A delegada Daniela Terra investiga o caso, e garantiu que os culpados serão identificados e vão responder por injúria qualificada e pelo crime de racismo, previsto na Lei de Crime Racial. A pena é de um a quatro anos de reclusão.
Gaby Amarantos
A cantora Gaby Amarantos também deve tomar providências na Justiça por conta de mensagens preconceituosas em seu perfil no Instagram. A artista está sendo orientada pelo mesmo advogado de Bruno, Michel Assef Filho, e acha fundamental combater o racismo com justiça para evitar que outras pessoas passem por isso. Capa de uma revista, Gaby Amarantos foi atacada ao postar uma imagem da publicação no último dia 8. O perfil fake é o mesmo que ofendeu Titi na rede social da atriz Giovanna Ewbank.
Ludmilla
A cantora foi outa vítima do crime de racismo na internet. Em maio deste ano, Hélder Santos, de 31 anos, prestou depoimento e confessou ser o autor de publicações racistas sobre Ludmilla. Ele responde ao crime em liberdade.
Maju Coutinho
Quem também foi vítima do crime foi a jornalista do “Jornal Nacional”, Maju Coutinho, em julho do ano passado, dando origem à hashtag "SomosTodosMaju". O caso teve grande repercussão por ter sido praticado por um grupo articulado que planejou os ataques à jornalista. Em junho deste ano, quatro acusados foram denunciados pelos crimes de falsidade ideológica, racismo, injúria e corrupção de menores, além de formação de associação criminosa na internet. As penas variam de 7 a 20 anos de prisão.
Taís Araújo
Em novembro do ano passado, a atriz Taís Araújo foi alvo de comentários preconceituosos no Facebook. A polícia identificou os autores que eram de seis estados: São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Minas Gerais. Os autores das postagens chegaram a ser presos e foram indiciados. Uma onda de solidariedade à atriz comoveu o país, e a hashtag “#SomosTodosTaisAraujo” chegou a entrar na lista dos assuntos mais comentados em todo o mundo.