A delegada Danúbia Quadros, da Polícia Civil de Minas Gerais, reuniu a imprensa na tarde desta segunda-feira, 13, em Belo Horizonte, para falar sobre o caso envolvendo o cantor Victor Chaves e a mulher, Poliana Bagatini Chaves - que acusou o sertanejo de agressão e depois voltou atrás.
A entrevista aconteceu na Divisão de Polícia Especializada da Mulher, do Idoso e do Deficiente (Demid) um dia após o depoimento do sertanejo, que aconteceu neste domingo, 12. Na coletiva, Danúbia disse que o inquérito ainda não foi concluído, mas afirmou: "Não existe lesão aparente na Poliana, de acordo com o laudo do IML. O exame de corpo de delito para lesão corporal deu negativo."
A delegada fez questão de frisar, no entanto, que o laudo do exame do IML não é, necessariamente, conclusivo neste caso: "Lesão corporal e agressão/vias de fato são coisas diferentes. Empurrões, tapas e posturas que não deixem a vítima lesionada não aparecem no exame de corpo de delito, não deixam vestígios. Agora ele está sendo investigado por agressão/vias de fato."
Polícia aguarda laudo de câmeras
Segundo a delegada, o motivo do desentendimento entre o casal foi Victor ter levado a filha pra casa da mãe - em um apartamento no andar de baixo. Poliana não havia autorizado e foi até a casa sogra tirar satisfações. "Os depoimentos da mãe e da irmã do cantor confirmarm as declarações de Victor e Poliana. De que Poliana não aceitou Victor levar a filha pra casa da sogra, ficou muito alterada e danificou alguns objetos da casa da sogra", contou Danúbia. "Em seu depoimento, Victor voltou a frisar que não agrediu a esposa grávida", completou a delegada.
Quadros disse ainda que a Polícia Civil teve muita dificuldade em conseguir cópias das gravações do circuito interno do prédio e que, agora, aguarda este laudo pericial para dar prosseguimento ao inquérito. "O inquérito policial está em andamento, esperamos a conclusão da perícia das imagens do circuito interno para dar prosseguimento com as investigações", declarou, antes de completar: "Não existe prazo definido para a perícia entregar o laudo das imagens, mas existe um prazo para encerrar o inquérito. É de 30 dias a partir do dia 25 de fevereiro. As imagens já foram assistidas, mas falta a elaboração do laudo", explicou. Isso porque Poliana denunciou a agressão em 24 de fevereiro, mas voltou para assinar e fazer o exame no dia 25, por volta de 7h da manhã.
Segundo versão da vítima, Victor a empurrou e chutou no elevador. De acordo com Danúbia, "todas as provas são importantes e serão levadas em consideração para indiciar ou não o acusado. A polícia trabalha com provas. Se realmente houve a agressão, ele será indiciado no artigo 21".
Não houve testemunhas
Outro motivo pelo qual a perícia nas câmaras é tão importante é que, segundo a Polícia Civil, não houve testemunhas da suposta agressão. "Segundo apurado, nenhum vizinho, porteiro ou funcionário, presenciou a agressão", disse Danúbia Quadros.
A delegada ainda lamentou o fato de atender tantas situações similares. "É um caso, infelizmente, muito comum, aqui na delegacia de mulheres".