Os 1,79m de altura são preenchidos com muitos músculos. A barriga em gomos está invariavelmente de fora. Das coxas, saltam veias e o sorriso perfeito e branquinho chama atenção. Esta poderia ser a descrição de Sergio Fialho durante a apresentação que fará no Mister Universo 2019, em abril, no Peru. O funkeiro gaúcho é o representante brasileiro no concurso mundial. Mas, pasmem, ele já foi chamado de feio. O que lhe rendeu vários traumas.
“Canceroso” e “Ronaldinho Gaúcho” eram os apelidos mais mordazes. “Eu era muito magro e dentuço. O canceroso doía bastante. Ainda mais porque minha mãe morreu vítima de cãncer quando eu tinha 15 anos”, conta Fialho, aos 33.
A infância e adolescência do gaúcho de Bagé foi uma tormenta. “Eu apanhava todos os dias de uma mesma turma”, recorda: “O dia em que fiquei mais triste e cheguei a urinar nas calças foi quando vi a menina que gostava ao lado dos meninos que me atacavam, os incentivando a me bater”.
Desde então, Fialho decidiu mudar. Passou num teste e foi jogar na categoria de base do Grêmio. Mas pouco depois estourou o joelho. Como morava no alojamento, levou a disciplina dos treinos para a academia. Poucos anos depois, concorreu ao Mister Brasil pela primeira vez. se preparou e conquistou o terceiro lugar. “Como o primeiro foi desclassificado e o segundo lugar tinha compro9missos pré-agendados, eu representei o Brasil”, conta, orgulhoso.
Ser Mister nunca passou pela cabeça dele. “Decidi entrar no concurso para ajudar outros meninos que, assim como eu, sofrem o que eu sofri e não têm um referncial para seguir”. observa ele, que ao se olhar no espelho ainda não enxerga o homem que pode ser eleito o mais bonito do mundo: “Ainda vejo o patinho feio, ainda me sinto assim”.
Anitta de calças
Em breve, o funkeiro quer se lançar no regaton e seguir os passos de Anitta. “Costumo dizer que sou a Anitta de calças”, diz ele, que normalmente é confundido com Lucas Lucco em função do corpo sarado: “Quando veem as tatuagens, se ligam na diferença”.