O ator Rubens Sabino Silva, que interpretou o traficante Neguinho no filme "Cidade de Deus" (2002), do diretor Fernando Meirelles, participou ao vivo do "Programa do Gugu" na noite desta quinta-feira (30). O artista, que é viciado em drogas, está morando nas ruas da região central conhecida como Cracolândia, em São Paulo. No programa, Rubens criticou o diretor do filme. "Acho que Fernando Meirelles foi muito pelego de me pagar só R$ 4.500 [para fazer o filme]. Foi uma das principais cenas do cinema brasileiro", disse ao apresentador, referindo-se à cena em que o personagem Dadinho, vivido por Leandro Firmino, aponta uma arma para ele e diz: "Meu nome agora é Zé Pequeno".
Segundo contou a Gugu, após ter atuado em "Cidade de Deus", Rubens saiu do Rio de Janeiro para morar em São Paulo, onde passou a atuar como estagiário na produtora de cinema O2, da qual Meirelles é sócio. Nessa época, disse o ator, ele ganhava R$ 250. Fora isso, morava "em um quartinho" em Pinheiros e estudava no colégio particular Santa Cruz, considerado um dos melhores da capital paulista. Tudo pago por Meirelles.
A Gugu, Rubens contou que nessa época passou a frequentar uma festa de hip-hop toda segunda-feira na Vila Madalena, onde começou a beber. Seus problemas com o álcool, ainda de acordo com o ator, fizeram com que Fernando Meirelles rompesse com ele. Rubens então foi morar no Rio de Janeiro, onde usava drogas e dava golpes em turistas estrangeiros. "A malandragem que eu aprendi no filme ['Cidade de Deus'] eu botei em prática", disse ele, contando que enganava os "gringos", vendendo a eles saquinhos com 5g de areia da praia como se fosse cocaína.
O ator ainda acompanhou, no palco, uma reportagem sobre a sua situação produzida pela Record. Antes de encerrar a sua participação ainda cantou e dançou, acompanhado por palmas do público.
Rubens foi encontrado na região da Cracolândia pela reportagem da TV Globo nesta quarta-feira (29), quando ocorreu a operação policial Braços Abertos, que desfez barracas improvisadas na calçada e gerou confronto entre usuários de drogas e agentes da polícia.