Andressa Urach, 27, usou cerca de 200 vezes a quantidade adequada de hidrogel aprovada pela Anvisa.
A modelo continua internada na UTI em um hospital de Porto Alegre, com quadro de infecção grave decorrente da rejeição da substância. Ela está sedada e respirando com a ajuda de aparelhos.
Segundo o cirurgião plástico Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o produto químico é indicado para procedimentos reparadores, como por exemplo o preenchimento de uma pequena depressão na face, um buraquinho ou cicatriz.
Para esse tipo de preenchimento, são necessários apenas 2 ou 3 ml de hidrogel. Andressa aplicou 400 ml em suas coxas.
É um produto diluído em água, que, quando aplicado toma uma consistência emborrachada. Ele não é confiável para ser usado em grandes quantidades. Aliás, nenhum produto deve ser injetado em tanta quantidade, condenou o Dr. Prado.
Segundo ele, o órgão condena o uso da substância para preenchimento estético e sempre orienta os profissionais com cartilhas a respeito.
Prado acredita que o procedimento de Andressa foi feito por um paramédico, ou seja, pessoas que atuam na área médica sem ter formação adequada, como esteticistas, ou mesmo um clínico geral, não especializado em cirurgia plástica.
É uma coisa absolutamente condenável, assim como o PMMA [metacril]. O metacril, como é chamado, gera da mesma forma problemas sérios de infecção, processo inflamatório e pode evoluir para uma septicemia [infecção generalizada].
Esse tipo de procedimento é realizado por pessoas incompetentes, invasores da medicina, criticou ele, reiterando que a Lei do Ato Médico, se aprovada, impediria qualquer pessoa sem formação em medicina de realizar procedimentos médicos.