O Comando do Exército informou em nota divulgada nesta quarta-feira a morte do major Márcio Guimarães Martins, último militar brasileiro ainda tido como desaparecido após o terremoto do último dia 12 que devastou parte do Haiti. As vítimas brasileiras incluem ainda outros 17 militares e dois civis.
O major Guimarães servia na Brigada de Infantaria Paraquedista e servia no Haiti como oficial de Estado Maior do Batalhão de Infantaria de Força de Paz no Haiti (Brabatt).
Ele é o 18º militar de brasileiro cuja morte foi confirmada em razão do terremoto, que matou também outros dois brasileiros --a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU, Luiz Carlos da Costa, cujo corpo foi encontrado no sábado (16).
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que chegou a falar que era "eufemismo" falar em desaparecidos, incluiu ainda um terceiro civil não identificado. O governo não confirma a informação.
O Brasil mantém 1.266 militares no Haiti, que formam a força da missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) de cerca de 9.000 homens, enviada ao país em 2004 para garantir a estabilidade do país, após um golpe de Estado.
Nesta quarta-feira, devem chegar ao país os corpos de 16 militares cuja morte já estava confirmada. As honras fúnebres serão feitas em Brasília, com a presença de parentes das vítimas.
Tragédia
O terremoto aconteceu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da missão de paz da ONU no país, a Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.
Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil.
O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. A Direção da Proteção Civil haitiana afirmou nesta terça-feira que o terremoto deixou 75 mil mortos, 250 mil feridos e um milhão de desabrigados. Nos seus balanços, o governo tem contabilizado os corpos que teriam sido enterrados.