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Ex-mulher de Champignon fala sobre dor da filha: "Ela diz que não acredita"

Nicole Mecatti, mãe de Luiza, de 8 anos, ajuda a filha a superar o trauma, mas não escondeu motivo da morte: “Contei da forma mais sutil”.

Há 19 dias a família Charlie Brown Jr. perdia mais um membro. Depois de Chorão, o vocalista e baixista Champignon foi encontrado morto em seu apartamento no último dia 9 em São Paulo. Além dos fãs, amigos e a mulher grávida, o músico deixou uma filha, Luiza, de 8 anos. Para a menina, é difícil lidar e entender a ausência do pai, mas aos poucos ela e sua mãe, Nicole Mecatti, tentam se adaptar à saudade.

Em entrevista, Nicole contou que os dias têm sido difíceis para a menina e até para ela, que ficou com Champignon durante seis anos antes de se separarem. "Estamos péssimas. Parece que a ficha ainda não caiu. Não consigo acreditar até agora. O mais difícil é ver o sofrimento da minha filha, mas tenho muita fé em Deus de que Ele vai nos dar forças para seguir em frente", desabafou.

A melhor maneira que Luiza encontrou para lidar com a morte do pai é não esquecê-lo: "Ela fala muito (dele). Todos os dias, mas sempre relembrando momentos legais que passaram juntos. Tem horas que vêm as recaídas, o choro, a saudade. Ela diz que não acredita. Essa é a pior parte", contou.

Nicole conheceu Champignon em Santos através de uma amiga em comum quando tinha apenas 16 anos. Eles se casaram e a gravidez de Luiza foi planejada e desejada por ambos. Foram seis anos juntos e a separação não afetou a relação do músico com a filha. Segundo Nicole, eles eram muito próximos: "É incontestável o amor que ele tinha por essa menina e ela por ele. Um amor que com certeza vai além dessa vida. Ele era um pai maravilhoso, fez a minha filha muito feliz nesses oito anos que conviveu com ela. A relação deles era sensacional", afirmou.

Menina sabe de suicídio

No dia da morte de Champignon, Luiza estava com a mãe, que num primeiro momento escolheu não contar sobre o suicídio do cantor. "Logo que eu soube pela manhã, não tive coragem de falar a forma que tinha sido. Disse a ela que tinha sido coração, mas não podia esconder a verdade. Esperei uns dias para ela colocar a cabecinha um pouco no lugar e contei da forma mais sincera e sutil do mundo. Quando comecei a falar, ela virou para mim e disse: "Mãe, para! Não me importa do que meu pai morreu e nem o porquê. A única coisa que importa é que eu sei que ele me amava." Depois disso, caímos no choro e não tive coragem de continuar".

O assunto não é mais mencionado a pedido da menina: "Ela sabe como foi e disse que não quer tocar no assunto, que é muita informação para a cabeça dela. E assim está sendo feito. Ninguém toca mais nesse assunto (sobre a forma da morte). O dia que ela se sentir preparada e quiser saber de algo a mais, com certeza irei falar sempre a verdade".

Numa coincidência infeliz, Nicole sabe exatamente pelo que a filha está passando. Aos 7 anos, ela também perdeu o pai: "Não está fácil mesmo. Sei bem que o que é isso, mas o que importa é que ela tem uma mãe que daqui para frente vai valer por dois. Dou a minha vida pela felicidade da Luiza e tenho certeza que o Champ está bem tranquilo em relação a isso. Ele sabe que a deixa em boas mãos."