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Embarque para o Japão em SP tem apreensão e vontade de ajudar

Imagens impressionaram quem se preparava para viajar para Tóquio.

Quem deixava São Paulo pelo aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, com destino ao Japão, no outro lado do mundo, na noite desta sexta-feira (11), partia impressionado com as imagens da destruição causada pelo forte terremoto e pelo tsunami que atingiram o país.

Na bagagem, levavam um pouco de apreensão diante da situação que irão encontrar, mas também tranquilidade, inclusive para ajudar no que for possivel para que tudo volte à normalidade o quanto antes.

O eletricista de automóveis Luís Carlos Yohsironi Izumi, de 43 anos, não desistiu dos planos de voltar a ser um decasségui ? como são chamados os filhos de japoneses que nasceram no Brasil e fizeram o caminho de volta ao Oriente ? em Tóquio. Na capital japonesa, deverá trabalhar na construção civil. Antes de embarcar, entrou em contato com o futuro patrão.

"Ele me disse que a situação lá está precária. Mas parece que a situação no Aeroporto de Narita está normalizando, que não tem mais problema", disse. Entre idas e vindas entre São Paulo e Tóquio, já são 19 anos, tempo suficiente para que Luís Carlos se acostumasse com a rotina de pequenos tremores que atingem o arquipélago quase todos os dias. "Já passei por uma situação dessas, de tremer todo o chão e cair coisas pela casa toda. Fica sempre esperando o próximo, mas você nunca sabe quando vai acontecer", afirmou.

Apesar da tragédia que assolou o noroeste do país, o eletricista disse que não está receoso com a viagem. "O Japão está bem preparado para estas situações. E a compensação financeira de trabalhar lá um tempo compensa", disse.

O projetista aposentado Yasuhiro Moryia, de 52 anos, também já estava com a viagem programada para o Japão, sua terra natal. Ele também disse considerar que o país está preparado para enfrentar terremotos, mas ressaltou que desta vez trata-se de "uma verdadeira catástrofe".

"Mesmo com toda a tecnologia antissismos, um terremoto desta dimensão nunca é esperado. Outro parecido foi o que atingiu Kobe (em 1995)", recordou. Apesar de não ter familiares na região atingida, Moryia já tem planos para quando pisar em solo nipônico. "Quando chegar lá, vou me oferecer como voluntário para trabalhar na região. Sou aposentado mesmo e posso ajudar em qualquer coisa. Até mesmo como intérprete, já que lá tem muitos brasileiros", disse.

Acompanhado da mulher e da filha, o administrador financeiro Nobuo Yamazaki, de 46 anos, depois de três anos trabalhando em uma empresa brasileira, preparava-se para embarcar de volta para o seu país, uma viagem programada com antecedência. Antes do embarque, ele já havia falado com os familiares em Tóquio. "Está tudo bem com eles. Parece que a confusão maior foi no trânsito, porque trem e metrô pararam", disse, se expressando com dificuldade em português. Para escolher uma palavra que definisse as fotos e imagens da tragédia, não titubeou: "Impressionantes".