Trinta e três famílias foram removidas das áreas próximas ao desabamento do prédio na Cidade Nova, no Centro do Rio, segundo informou o subsecretário de Defesa Civil do município do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simões. No desabamento, quatro pessoas morreram e doze ficaram feridas. "Elas foram acolhidas pela Prefeitura e estão na casa de amigos ou familiares, onde vão passar a noite", disse Simões no início da noite deste sábado (30).
"Está tudo interditado. Não vamos liberar nada pelo menos até amanhã, quando faremos uma vistoria final para avaliar a situação dos imóveis contíguos ao que desabou", afirmou o subsecretário, acrescentando que pelo menos três imóveis vizinhos ao prédio que desabou foram interditados pela Defesa Civil do município.
Equipes da Defesa Civil do Rio de Janeiro e do Corpo de Bombeiros permanecem no local, fazendo o trabalho de rescaldo. "O trabalho vai continuar durante toda a noite", garantiu o subsecretário.
Por volta das 15h deste sábado foi resgatado o quarto corpo dos escombros. A vítima é uma mulher, Antônia Sátiro Soares, que morava no 2º andar do edifício. O filho e o marido de Antônia, que também estavam em casa no momento do acidente, sobreviveram, segundo informou a cunhada de Antônia, Rita Barros Soares.
"A Antônia é doméstica. Ela tava em casa com o filho de 9 anos e o marido. O filho foi resgatado sem ferimentos. E o marido foi para o Souza Aguiar e já está quase tendo alta", contou Rita pouco antes de saber da morte da cunhada e ser amparada.
Para o coronel Pedro Machado, subsecretário de Defesa Civil do Estado e comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio, essa é a última vítima que estava sob os escombros. "Entendemos que este era o último corpo que estava sob os escombros. Continuaremos fazendo trabalho de busca manual, retirando objetos e documentos que são importantes para essas famílias". A Rioluz já foi acionada para garantir que haja iluminação durante os trabalhos.
Doze pessoas ficaram feridas no desabamento, sendo que três foram atendidas no local e liberadas em seguida. Nove pessoas foram encaminhadas ao Hospital Souza Aguiar, no Centro, entre elas uma criança de 3 anos. Dos feridos, apenas um menino de 8 anos segue internado em observação.
Segundo a Secretaria municipal de Saúde, além dos nove feridos que deram entrada no Souza Aguiar, outras três pessoas já chegaram mortas à unidade - duas meninas, uma de 6 e outra de 8 anos, e uma senhora de cerca de 50 anos. O nome das vítimas ainda não foi divulgado.
Segundo o subcomandante da Defesa Civil , Machado, o prédio que desabou era muito antigo, provavelmente com a estrutura debilitada. Ele explicou que diversos imóveis no local foram abandonados e invadidos por moradores e estariam irregulares. O coronel disse ainda que moradores às vezes fazem obras sem orientação técnica nos imóveis, tornando-os mais vulneráveis.
Nenhuma hipótese foi descartada até o momento para o desabamento, e os bombeiros vão investigar se houve vazamento de gás.