Na lista de problemas indesejáveis na pele, com certeza as estrias estão entre as queixas mais frequentes. Por isso, convocamos o dermatologista Marcelo Bellini, membro da Academia Americana de Dermatologia e diretor da clínica Corpo em Evidência, para esclarecer todas as nossas dúvidas. A seguir, você vai entender melhor o que são essas lesões, como elas se formam, como combatê-las, o que fazer como tratamento preventivo, entre outras questões que nos afligem!
O que são as estrias?
São lesões causadas pelo estiramento da pele, que rompem as fibras de colágeno e elastina. As estrias estão presentes nas camadas superficiais da pele e também nas regiões mais profundas da epiderme.
Onde podem aparecer?
Bumbum, seios, coxas e barriga são alvos certos, mas as estrias ocorrem também nos braços e batatas das pernas.
Quais os tipos?
Há vários: as rosadas são recentes e as brancas são antigas, sendo que esta última se manifesta quando a ruptura da pele já formou fibrose, sinal de que as fibras se romperam e já cicatrizaram. Existem também as largas e as mais finas.
Qual é a origem?
Os fatores mais frequentes envolvidos no surgimento são gravidez (ganho de peso superior a 9 kg), obesidade, crescimento (estirão da adolescência), utilização de medicamentos com corticóides, alterações hormonais e musculação (quando os exercícios são realizados sem a orientação adequada).
Como evitá-las?
Para ficar sempre longe das estrias é preciso controlar o peso, praticar exercícios aeróbicos, fazer alongamento e manter uma dieta equilibrada. É necessário muito cuidado ao consumir suplementos alimentares, pois eles promovem um rápido ganho de volume, o que causa a distensão das fibras.
Quais são os tratamentos possíveis hoje?
Atualmente, o tratamento mais eficiente contra as estrias é a radiofrequência fracionada, que promove colunas de agressão (do tamanho da cabeça de um alfinete). A cada disparo ela provoca agressões térmicas em múltiplos pontos. As áreas ao redor (entre as colunas) são poupadas e ajudam na recuperação com a produção de colágeno, o que melhora o aspecto geral das estrias. O tratamento é indicado para todos os tipos de estrias e apresenta melhora global de 60 a 70%. As estrias recentes (rosadas) apresentam melhores resultados, já as antigas têm resposta um pouco mais demorada. As estrias largas ficam cada vez mais finas e as finas tornam-se descontínuas.
O laser também é indicado?
O laser CO2 fracionado também é recomendado, pois também promove colunas de agressão na pele e tem recuperação de cinco a sete dias. É indicado para estrias mais profundas e mais largas e para quem tem estrias em mais quantidades. Para as superficiais, peeling de cristal seguido da aplicação de ácido retinóico 5 a 7%. Esse tipo de tratamento é indicado para pacientes mais jovens. Quando há estrias associadas à flacidez temos os equipamentos de radiofrequência e infravermelho que estimulam a produção de colágeno e reduzem a frouxidão do colágeno.
Quais são as soluções para quem não pretende recorrer à radiofrequência?
Atenuar as marcas das estrias é também uma alternativa para quem não pretende recorrer à radiofrequência. Os cremes elaborados com retinóides estimulam a produção de colágeno, o que interrompe o processo inflamatório e reduz a depressão formada. O mesmo composto pode ser adicionado ao peeling, em forma de ácido retinóico. Este procedimento também remove as camadas superficiais da pele, fazendo com que as estrias pareçam menos profundas.
E quais são os tratamentos preventivos?
Para prevenção, indica-se rosa mosqueta, fórmulas com uréia, silício orgânico, vitamina C, vitamina E, colágeno e elastina.
Massagem pode ajudar?
Não existe correlação de melhora com as massagens. A drenagem linfática e outras massagens são úteis apenas para o tratamento de celulite e não para estrias.
Tomar sol pode piorar ou aumentar as marcas?
A exposição ao sol evidencia as estrias, pois a pele normal bronzeia e as linhas de estria não bronzeiam, portanto aumenta-se o contraste, mas o sol não favorece o aparecimento de novas estrias.