Coldplay no Rock in Rio, com suas performances grandiosas, mandou distribuir 100 mil pulseiras com inteligência artificial ao público e encomendou alterações no Palco Mundo, que ganhou novos refletores e canhões de luz. A ideia era entregar um espetáculo visual cósmico, inspirado na viagem do disco "Music of the Spheres", trabalho mais recente do grupo, lançado em 2021. Mas o céu não ajudou muito.
Num mar de capas de chuva, as pulseirinhas nos braços dos fãs, que mudavam de cor e piscavam sincronizadas com as músicas, se destacaram pouco. O recurso, que aparece há anos em shows da banda, foi inédito no Rock in Rio.
Ainda assim, lasers e pirotecnia fascinaram uma plateia emocionada, que se apegou às mensagens de autoajuda do repertório mais recente do grupo. No hino motivacional "Viva la vida", o show ganhou jeito de palestra de coach.
Em "Sky full of stars", em que o cantor pediu para os fãs guardarem os celulares e aproveitarem a música. A banda ainda citou um trecho de "Mas que nada", de Jorge Ben, ao piano e tocou "Magic" com a letra em português. Assim como já fez em outros países nesta turnê, o vocalista leu uma versão traduzida da letra na língua local.
O público se empolgou, mas ninguém parecia mais feliz do que Chris Martin. O vocalista agradeceu até pela chuva, por mantê-lo limpo.
"Obrigado por estarem aqui na chuva conosco, sendo tão lindos e cantando tão lindamente. Obrigado por superarem o trânsito, a Covid, a chuva, o preço dos ingressos, as filas e todas as merdas que tiveram que superar para virem. Estamos tão gratos e felizes. Estou limpo agora sendo lavado e me sinto bem", disse.