Cleo Pires concedeu uma entrevista à coluna Direto da Fonte do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (9), em que falou sobre a relação com o pai, o cantor Fábio Jr., e o padrastro, o músico Orlando Morais.
"Quando eu era pequena meu pai não era presente e o Orlando me acolheu. Ia às reuniões de pais, fazia de tudo para eu me sentir amada, me sentir como filha, mesmo. Ele foi meu referencial de pai, mas meu amor pelo Fábio é gigante e é muito forte a vontade de que a gente possa estar cada vez mais próximo, se entendendo e se aceitando do jeito que cada um é. Estamos caminhando para que isso aconteça."
Relacionamentos
"As relações afetivas me ensinam muito, preciso delas, simplesmente amo me apaixonar e pensar numa vida ao lado de outra pessoa. Mas, ao mesmo tempo, tudo isso me dá muito medo", disse. "Acredito que a paixão traz descobertas de você consigo mesma. Tudo vem à tona: inseguranças, defeitos... E isso é complicado para mim. Tenho vontade de sair correndo (risos). Principalmente porque não me encaixo em nenhuma relação de pessoas casadas que conheço. As pessoas, normalmente, fazem concessões e mentem para si mesmas. É tudo só para manter uma relação", disse.
Inseguranças e medos
"Minhas inseguranças e meus medos, essencialmente quando a questão é me envolver mais profundamente com alguém, vêm da infância, dos meus pais. Não que eles tenham feito de propósito. Tenho consciência de que sempre me amaram e fizeram tudo o que ouderam fazer. Mas, quando criança, não racionalizava isso."
Ana Terra
Nesta semana, Cleo participa do lançamento do filme O Tempo e o Vento, dirigido por Jayme Monjardim, em que interpreta a personagem Ana Terra, já vivido pela mãe, a atriz Gloria Pires, na minissérie homônima, em 1985.
"Minha relação com esta personagem sempre foi de repulsa. Quando minha mãe viveu Ana Terra, não curti. Principalmente por causa das cenas de estupros e das mortes de índios. Quando o Jayme [Monjardim] me chamou para fazer o papel, minha primeira reação - muito impulsiva, por sinal - foi dizer: "Não, muito obrigada. Não tenho nada a ver com essa personagem". Mas ele não desistiu. Ficou me catequizando durante meses. Mas só me convenci no dia em que o Murilo Rosa me abriu os olhos, me mostrou que estava com uma impressão equivocada da personagem. Ali me dei conta de que aquele repulsa era da infância, de uma proteção louca com a minha mãe."