Nelson Rodrigues provavelmente classificaria a conclusão de uma pesquisa realizada na Inglaterra pelo Dr. Thomas Currie de "óbvio ululante". Depois de rigoroso processo científico e estatístico, o estudo mostrou que na hora de escolher uma parceira para uma relação de curto prazo (entenda a expressão como quiser), homens prestam mais atenção no corpo que no rosto, mas quando o interesse é algo mais sério, a face é que é determinante.
Acontece que até hoje isso nunca havia sido provado. Na verdade, a ciência estudou coisas como tamanho dos peitos, índice de gordura corporal, simetria, altura x volume, tamanho dos pés e até mesmo o que é chamado de WHR (waist-to-hip ratio, ou seja, razão quadril-cintura) como fatores de atração ou não, mas cada elemento havia sido analisado individualmente e em diferentes momentos.
O que o Dr. Currie fez foi observar as reações e escolhas de 260 participantes (127 homens e 133 mulheres), que tiveram que dar notas a fotos de rostos primeiro, depois fotos de corpos e em seguida a foto da face ao lado do retrato do corpo, mas considerando se o que era mostrado servia para algo permanente ou uma brincadeirinha rápida.
No quesito romances longos, os meninos acabaram coicidindo com as meninas, ou seja, quanto mais bonito ou bonita o parceiro, melhor. Já nos encontros de curto prazo, para as moças a beleza da face tem tanta importância quanto o resto, mas para os machos o corpo é que vai falar mais alto, não importa se a moçoila é bela ou não. Agora o Dr. Thomas quer estender seu estudo tentando entender as razões pelas quais os homens pensam desse jeito. Isso, sim, parece realmente óbvio.