A Defesa Civil estadual diz que já passa de 23 mil o número de pessoas que tiveram que sair de casa por causa dos temporais desde o começo de dezembro. No mesmo período, chegaram a 64 os mortos por causa das chuvas que castigam o estado. A vítima mais recente foi uma mulher, arrastada por uma enxurrada que atingiu Campinas, a 93 quilômetros da capital paulista, no começo da noite desta terça-feira (26).
A mulher tentava passar por um alagamento no bairro Taquaral, perto do principal parque do município. Segundo o Corpo de Bombeiros, ela caiu, foi arrastada para a parte de baixo de um carro, ficou presa e se afogou. Outras pessoas que estavam no local conseguiram retirá-la debaixo do veículo. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital.
Na manhã desta quarta-feira, ruas e avenidas do município viraram depósitos de móveis estragados e entulho. O muro do clube da Polícia Militar chegou a ser derrubado pela enxurrada. Em um shopping de Campinas, corredores próximos às portas de entradas ficaram cheios d?água. Cerca de cem casas ficaram alagadas em Amparo, na mesma região do estado, por causa do transbordamento de um rio.
Represas no limite
Por causa da chuva, as represas do principal sistema de abastecimento da região metropolitana, o Cantareira, estão no limite. A Represa do Jaguari chegou ao máximo pela primeira vez em 27 anos. Populações ribeirinhas estão sendo retiradas de casa para dar vazão à água da represa. Os rios e córregos também alcançaram o limite e, com as chuvas diárias, as inundações são inevitáveis.
Três das seis represas que abastecem a região metropolitana estão com água acima da capacidade. Nesta terça-feira (26), a Represa do Jaguari chegou ao limite pela primeira vez. Foi preciso liberar o excesso de água: 20 mil litros por segundo. Com isso, prefeituras de duas cidades, Bragança Paulista e Atibaia, tiveram que fazer um plano de emergência para retirar 1.300 moradores de áreas ribeirinhas.