O relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para 2010, divulgado nesta quinta-feira (4), mostra que a liderança do Brasil na América Latina no campo econômico não se reflete no campo social. Na região, o Brasil é o 11º colocado no ranking do IDH. Barbados, Bahamas, Chile e Argentina lideram o ranking latino-americano.
Segundo o economista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Flavio Comim, o Brasil precisa melhorar o nível de educação para se aproximar de alguns países vizinhos, como Argentina e Uruguai, que apresentam melhores resultados no IDH.
"Em alguns aspectos, especialmente nas matrículas escolares, a América Latina está se aproximando dos níveis da Europa e da América do Norte", disse Jeni Klugman, a principal autora do relatório.
O IDH 2010 mostra que a América Latina apresentou melhoras expressivas em saúde, educação e renda. De acordo com o relatório, nos últimos 40 anos, pouco mais da metade das crianças em idade escolar da região frequentava a escola. Atualmente, esse número é de mais de 80%, com alguns países atingindo quase 100% de matrícula.
Apesar do progresso na educação, o relatório aponta que a América Latina é prejudicada pela distribuição do rendimento, que ainda é a mais desigual do mundo.
Desde 1970, segundo o relatório, a esperança de vida média na região subiu dos 60 para os 74 anos, elevando-se até os 79 anos na Costa Rica e no Chile. Na Bolívia, por exemplo, a esperança de vida aumentou 20 anos, de 46 anos em 1970, para 66 anos atualmente.
O relatório afirma que vários países da América Latina alcançaram alguns dos maiores progressos vistos em qualquer parte do mundo.
O Haiti é o país da região com classificação mais baixa no IDH, situando-se em 145º entre 169 países, com base em estatísticas anteriores ao terremoto ocorrido em janeiro de 2010.
Neste relatório, o IDH de Cuba não foi calculado devido à indisponibilidade de números do rendimento comparáveis internacionalmente. O relatório ressalva que Cuba tem realizações sólidas e continuadas na saúde e na educação.
O relatório estima que 10% da população na América Latina viva em condições de pobreza e privações múltiplas na saúde, na educação e no padrão de vida. No Haiti, 57% vivem na pobreza, segundo o relatório. No Uruguai, apenas 2%.