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Bancada evangélica ameaça ir à Justiça contra kit anti-homofobia

Durante o programa de rádio Bom Dia, Ministro, na manhã de ontem, Fernando Haddad voltou a defender o kit anti-homofobia.

Após ser pressionado pela Frente Parlamentar Evangélica e admitir que poderia revisar o "kit anti-homofobia", que será distribuído nas escolas públicas, o ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou atrás e disse ontem que vai manter o conteúdo dos três vídeos sobre transexualidade, bissexualidade e lesbianismo, que vazaram na Internet. No entanto, estão sendo avaliadas alterações técnicas sobre as quais ele prefere não falar até serem executadas.

Membro da Frente Parlamentar, o deputado federal Arolde de Oliveira (DEM-RJ) disse que os parlamentares contrários ao material vão recorrer à Justiça e até cobrar posição da presidenta Dilma Rousseff para impedir sua distribuição, prevista para o próximo semestre em seis mil escolas do País. Segundo a bancada evangélica, os vídeos estimulam o homossexualismo em vez de combater a homofobia.

"A Frente não vai parar de agir contra esse atentado à moral, aos bons costumes e à família brasileira. Se for preciso, vamos ao Supremo Tribunal Federal. A presidenta precisa tomar alguma medida. Vamos cobrar as promessas que ela fez na campanha às lideranças evangélicas", afirmou Arolde.

Produzidos pela Pathfinder, ONG ligada ao movimento LGBT, os vídeos foram divulgados terça-feira no blog do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) e ontem estavam no site da Agência Brasil, órgão de comunicação do governo federal. O vídeo "Encontrando Bianca" mostra as dificuldades de um jovem transexual, "Torpedo" fala do amor entre duas meninas e "Probabilidade" conta a história de um garoto que se descobre bissexual. As tramas se desenrolam no ambiente escolar.

Durante o programa de rádio Bom Dia, Ministro, na manhã de ontem, Fernando Haddad voltou a defender o kit anti-homofobia. Ele também afirmou que os parlamentares da bancada evangélica estão livres para manifestar sua opinião, mas as sugestões deles poderão ou não ser acatadas pelo ministério.

"O material visa a combater a violência, que é muito grande, contra homossexuais nas escolas públicas do País. Os estabelecimentos públicos têm que estar preparados para receber essas pessoas", defendeu o ministro. Conforme Haddad, o kit não será distribuído aos alunos, e sim aos diretores das escolas. O material de apoio, dirigido a jovens com mais de 15 anos, também não é imposição; caberá ao diretor decidir se quer usá-lo, seguindo acordo com professores e alunos.