O cabelo colorido continua lá, devidamente retocado a cada 15 dias. Mas a Baby que sussurrava que o menino do Rio provocava arrepio está com 59 anos, virou evangélica há 13, não faz mais sexo desde então e fundou uma igreja, o Ministério do Espírito Santo de Deus em Nome do Senhor Jesus Cristo. ?Todo mundo acha que crente tem que ser feio, pobre e morar longe. Eu tô dizendo que cristão pode ter cabelo roxo, roupa muito louca, unhas coloridas e o coração cheio de Deus?, diz ela, que garante ser fácil manter a abstinência. ?Minha vida está muito mais completa. Sempre tive homem na minha cama. Sei que é bom. Mas não preciso tomar o cálice até a última gota. Desejo tem, mas a carne não me vence.?
Baby ? que por causa de um ?chamado de Deus? tirou o Consuelo e passou a assinar Baby do Brasil ? acaba de lançar o CD ?Geração Guerreiros do Apocalipse?, após dez anos sem gravar. Diz que precisou de um tempo depois que se converteu. ?Tive muitas experiências fantásticas com Deus. Precisava viver aquela quarta dimensão", explica.
Do casamento de 18 anos com o músico Pepeu Gomes, teve seis filhos ? nenhum programado ? e já tem uma neta de 20 anos. ?Quando olhei a garota disse ?noooossa, olha no que vai dar aquele negócio que eu e Pepeu fizemos um dia?, conta ela, aos risos. ?Tive uma sensação de coprodução com Deus, achei maravilhoso?, comenta a cantora, a quem a neta, também dona de cabelos coloridos, chama de vó Babynha.
Dos tempos dos Novos Baianos, época de transgressão nos anos 1970, a cantora não se arrepende de nada. Diz que fumou maconha ? ?quem nunca?? -, mas que jamais teve problemas com drogas. E se boa parte do mundo naquela época experimentava o amor livre, Baby garante que no sítio onde morava com os músicos da banda era tudo muito família. ?Nunca fui mulher de milhões de homens ao mesmo tempo. Ninguém ali tinha afeição a isso.?