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Atriz veterana conta que iniciou sua vida sexual com um padre

Ela continua buscando provar que tem algo mais do que a bela anatomia que Deus lhe deu e que a fez famosa.

A "bunda pensante" estourou ainda nos anos 80. Quem lhe batizou com o apelido foi a atriz Tônia Carrero. Quase trinta anos depois, superando altos e baixos da carreira de modelo, atriz, artista plástica, e até uma tentativa frustrada de se eleger vereadora, Enoli Lara continua buscando provar que tem algo mais do que a bela anatomia que Deus lhe deu e que a fez famosa.

A mulher que entrou para a história ao desfilar totalmente nua, com a dita cuja pintada - no Carnaval de 1989 - e embolsou 40 mil dólares pelos direitos de seu bumbum, em processo contra o uso indevido em uma propaganda de banco, mantém a libido em primeiro plano.

No livro Trilogia do Prazer - A Sacerdotisa do Sexo (ed. Nova Razão Cultural, R$ 48), que será lançado quinta-feira, na Livraria do Café, no Shopping da Gávea, a "falócrata" (entendedora da genitália masculina), como ela se autodenomina, revisita sua trajetória através de contos eróticos e histórias de seus famosos romances com personalidades.

"Fui iniciada por um padre. Era muito criança. Eu brincava de médico e já gostava. Minha família era católica e depois virou evangélica. Namorava com um irmão sentado no meio. Só que dava um dinheirinho para ele tomar um sorvete e dar uma volta. Eu fiz o meu filho assim: meus pais estavam no quarto, eu e meu namorado na sala. Meu marido depois disse assim para o meu pai: "Ela só sentou no meu colo", diverte-se Lara, como gosta de ser chamada. "Claro que é muito bom sexo com amor. Mas enquanto o amor não acontece, a gente vai fazendo sexo", emenda ela, convicta.

Em Trilogia do Prazer, Lara exibe fotos em que seu traseiro é o protagonista. Na maioria delas, o rosto fica em segundo plano. "Eu gosto de penetração. Mas, embora eu seja famosa pela minha anatomia, não curto sexo anal. Mulher chega ao orgasmo mesmo é com sexo oral. Pena que muitos homens não sabem como fazê-lo direito. Tem que manobrar, né?", gargalha.

Jerry Adriani e Renato Gaúcho ganham elogios

Apesar de abusar da sinceridade em relação ao tema, Enoli Lara também sabe que seu know-how depõe contra ela. "Ja mitificaram a Rita Cadillac e a Gretchen, mas ainda não fizeram isso comigo. Até Bruna Surfistinha eles já aceitaram. Não fui privilegiada, abraçada. Sofro muito preconceito. Não me abrem espaço, não me entrevistam. Espero que o livro seja a catarse. As pessoas confundem erotismo com pornografia", reclama ela.

Enoli, que é de Curitiba, revela que já chegou aos 60 anos, mas não entrou na farra das plásticas. "Só botei próteses nos seios. Tenho medo de mexer no rosto. E ainda sou muito paquerada por garotos de 20 anos. Mas digo a eles que não sou vovó, mas sou lobo mau e eu como!", diverte-se ela, que já perdeu a noção de quantos homens levou para a cama: "Tinha uma época que eu contava. Mas não foram tantos assim. Enquanto casada (com o artista plástico Edgar Duvivier), fui fiel".

Mas quem foram os homens que bagunçaram seu coreto? "Jerry (Adriani) tem um material que é uma beleza! O Renato (Gaúcho) foi um bom amante, sem dúvida. Sou bem seletiva", diz ela.