O candidato a deputado federal Cláudio Rocha (PCdoB) foi vítima de ataque homofóbico na tarde desta sexta-feira (17) no centro do Rio de Janeiro. Ele teve uma placa de sua candidatura quebrada pelo artista plástico Osmar Venâncio do Nascimento. A militante de seu partido Nayala Coimbra sofreu agressões. Homossexual assumido e sargento da marinha, Cláudio, de 32 anos, faz campanha pela liberdade de orientação sexual dos militares, propondo a retirada de sanções a homossexuais do Código Militar.
De acordo com o delegado da 5ª Delegacia de Polícia (centro), Mário Andrade, a Guarda Municipal realizava uma inspeção de rotina na região central da cidade, quando avistaram o artista plástico vendendo artesanato sem autorização. Ao fugir dos guardas, Osmar atravessou a rua, rasgou uma placa de campanha do candidato, empurrou a militante que vigiava o material e disse, aos berros, que militar não pode ser homossexual. Em seguida, os guardas o levaram para delegacia, onde ele foi autuado por injúria.
"Ele achou que o candidato não tinha direito de fazer propaganda, disse que não é possível um militar ser gay e empurrou a militante, que não foi ferida com gravidade e preferiu não registrar queixa. Ele foi autuado por injúria e na lei 4737 do ano de 1965, artigo 331 do código eleitoral, por inutilizar meio de propaganda eleitoral. Em seguida foi liberado por serem crimes de menor potencial ofensivo, mas vou remeter o material à Justiça. Provavelmente, ele será condenado a pagar cestas básicas ou prestar serviços comunitários", disse o delegado Mário Andrade, que informou também que Osmar é dependente químico e que já passou por internação em clínicas de desintoxicação.
Aborrecido pelo ato de Osmar, Cláudio disse que a polícia precisa ser mais rigorosa contra esse tipo de delito.
"Falta aos policiais o entendimento do que é homofobia. Foi um ato grosseiro. Esses loucos agressores são os mesmos que matam os gays. A homofobia existe. Sou o único candidato militar que é homossexual assumido. Tenho medo de fazer corpo a corpo no centro do Rio e levar uma facada", desabafou.
Ainda de acordo com Cláudio, outras duas placas de sua candidatura foram danificadas na última quinta-feira (16) na região central.
"Acredito elas tenham sido quebradas pelo mesmo agressor. Na delegacia ele gritava que era impossível um militar ser gay e que tinha que matar todos os homossexuais", disse.