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Pepita Rodriguez lança livro infantil

A atriz Pepita Rodriguez, depois de anos de sucesso na TV e no teatro, resolveu escrever 'As Aventuras de Pepitinha', uma obra que tem muito sobre suas memórias


Depois de anos de sucesso na TV e no teatro, Pepita Rodriguez, se dedica a outro tipo de arte: a literatura infantil. A obra, 'As aventuras de Pepitinha'  retrata a trajetória de uma menina, filha de imigrantes espanhóis, que aos seis anos chega ao Brasil na linda cidade de Penápolis, interior de São Paulo e sonha em ser uma atriz. Pelo caminho, ela passa por diversas aventuras e lições de vida.

Com ilustrações da Russa Ekaterina Delgova, o livro é inspirado em contos que a própria Pepita escreveu ao longo da vida.

O pai da atriz foi também uma grande fonte de inspiração. "Era o melhor contador de histórias que conheci. Eempre contava uma para eu dormir e elas ficaram na minha cabeça até hoje. Muitas delas estão no livro", acrescenta Pepita.

A história de Pepita Rodriguez com os livros é antiga. Em 93, ela lançou o seu primeiro livro, Tempo de Colher, sucesso absoluto em vendas no Brasil e na América Latina (Tiempo de Cosechar) e best seller da Editora Record. Depois, escreveu Segundo Tempo (1994) e A Arte de Cozinhar entre Amigos (2007), em que narra situações vividas por ela e por amigos famosos e dá receitas de pratos apreciados por eles.  A publicação voltada para o público infantil é a primeira e a atriz já tem planos para o futuro. Em conversa com o Jornal Meio Norte, ela revelou alguns deles.

Jornal Meio Norte:Qual a proposta deste livro?

Pepita Rodrigues: A ideia é que as crianças se inspirem e tenham a certeza que é possível conquistar o que se quer. Além disso, quero que as crianças desenvolvam mais amor pela literatura e pela escola.

JMN:Este livro infantil é a sua história? O que tem de real e de fantasia nesta obra?

PR: Esse livro é a minha história, pois fala de uma menina que vem da Espanha com seis anos e tem desde pequena o sonho e determinação de ser cantora e atriz. E de fantasia tem os sonhos, por exemplo, as histórias que o papai contava que também eram fantasias. Então é uma mistura de tudo.

JMN:Como sua família, a herança espanhola estão retratadas neste livro infantil?

PR:Sim. A minha vinda pra cá, as minhas referências de lugar, a forma como meu pai contava. Tudo isso é a minha herança espanhola que até hoje carrego em mim.

JMN: Após este livro, o que você está escrevendo?

PR:Esse livro infantil foi tão prazeroso de escrever que quero fazer outros para crianças. Ainda não sei a temática, mas será sobre acreditar nos sonhos, despertando sempre o lado lúdico que não se deve perder nem na vida adulta. Além disso, como escrevo desde pequena tenho muitas histórias que quero reunir em um outro livro.

JMN:Nesta época tão digital, vale a pena investir no livro físico?

PR:Vale muito a pena. Embora eu tenha o sonho de fazer esse livro um desenho animado, levando então para o digital, acredito que nada substitui o livro físico. Acredito que as crianças fiquem mais atentas quando seus pais estão lendo quando não tem um aparelho eletrônico, que pode tirar a atenção delas. A literatura não é só o ler, é todo o universo que envolve. O cheiro do livro, dos pais estarem mais próximos para lerem, ter esse momento só deles, despertar a curiosidade e a imaginação. O livro de papel sempre vai valer a pena. Mas acho que depois disso devemos pensar em alternativas digitais, como o desenho que quero levar para Tv e Internet, por exemplo.  

JMN:Quais plataformas digitais têm usado para trabalhar com seus livros?

PR:Uso meu Ipad para escrever, mas confesso que ainda prefiro o método mais tradicional que é a escrita em papel. Faço as minhas redações à mão e depois eu digito.

JMN:Na TV e teatro, quais são os projetos?

PR:Por enquanto estou focada no lançamento do meu livro, mas quero voltar a atuar. Penso em trazer novamente a peça 'Pepita - Histórias com Tortilhas', que foi um grande sucesso e quando eu ia para o Sul do Brasil tive que interromper por um acidente. Mas quem sabe não volto a atuar em breve. Eu tenho vontade.

JMN:Hoje, Pepita Rodriguez é mais escritora ou atriz?

PR:Eu sou atriz e sempre serei. Como eu disse, eu fiz uma peça teatral chamada 'Pepita - Histórias com Tortilhas', baseada no meu primeiro livro Tempo de colher,  que durou de 98 a 2015, onde viajei para diversas partes do mundo. Mas parei de atuar porque tive um acidente (caí no banheiro) e tive q interromper a peça. Aí começa o retorno com a literatura, pois eu precisava ficar em repouso e aproveitei para escrever muito. E aí nasceu as histórias de Pepitinha. Então hoje sou atriz e escritora.    


JMN: O livro passa várias lições. Poderia citar algumas?

PR: Quando eu lancei meu primeiro livro em 1993, o Tempo de Colher, que foi adotado por diversas escolas do país, eu visitei muitos colégios e nessas visitas eu sentia nas crianças que elas não tinham um objetivo de vida, como eu tive como criança. Elas não sabiam o que queriam ser, e estudam por estudar, somente decorando e sem aquele amor e atenção pelos professores. Eu ficava preocupada com isso. Então eu achava importante que os pais lessem para os filhos antes de dormir, pois isso foi uma das coisas mais importantes pra mim. E foi nessa época que eu desenvolvi a escrita e a paixão por literatura que me fez gostar ainda mais da escola. A lição que tive então foi entender através das histórias que tudo pode ser possível e é isso que quero passar para as crianças. Leiam, sonhem e realizem seu sonhos.