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Oceanos 2020, um ano de recordes: de livros inscritos

Concorrem ao prêmio 1.872 obras, sendo 1.711 publicadas por 450 editoras

Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa divulgam ao meio dia desta quinta-feira, dia 16, na página do Oceanos (https://www.itaucultural.org.br/oceanos) e na página da DGLAB (http://livro.dglab.gov.pt), os resultados da primeira etapa de seleção das obras concorrentes em 2020. Concorrem 1.872 obras – um total de 400 livros a mais do que na anterior –, publicadas em 10 países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Letônia, Moçambique e Portugal, além da região administrativa chinesa Macau. O número de editoras inscritas totaliza 450, o maior entre os anos anteriores do prêmio. Neste ano, as edições do próprio autor somam 162 livros, representando 8,6% do total das inscrições.

Participam do Oceanos 2020 escritores de 11 nacionalidades diferentes: Angola (11), Argentina (dois), Áustria (um), Benin (um), Brasil (1.574), Cabo Verde (sete), Espanha (quatro), Moçambique (10), Peru (um), Portugal (156) e Uruguai (dois), além de dois luso-angolanos e dois luso-brasileiros – todos escrevendo e publicando originalmente em língua portuguesa, principal critério do prêmio.

Entre as categorias avaliadas pelo júri do Oceanos, poesia – com 849 livros – corresponde a 45,4% das inscrições. Os romances somam 588 obras e representam 31,4% do total; os livros de contos – 289 inscrições – perfazem 15,4%, seguidos por 109 volumes de crônicas – 5,8% – e 37 obras de dramaturgia – 2%. Todos os livros concorrem entre si, uma vez que o Oceanos elege as três melhores obras publicadas no ano anterior ao da premiação sem distinção de gênero literário.

Apenas três livros foram editados em mais de um país: o livro de crônicas O universo num grão de areia, do moçambicano Mia Couto, publicado em Moçambique pela Fundação Fernando Leite Couto e em Portugal pela Caminho; o romance Torto Arado, do brasileiro Itamar Vieira Júnior, publicado em Portugal pela Leya e no Brasil pela Todavia; e o livro de poemas Um objeto cortante, da brasileira Alexandra Maia, publicado em Portugal pela Gato Bravo e no Brasil pela Numa Editora. O número escasso demonstra que o empenho do Oceanos em ampliar o diálogo e o intercâmbio entre a produção literária dos países de língua portuguesa é acertado e necessário.

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Processo

Em razão da pandemia do Covid-19, o Oceanos, o Itaú e a DGLAB — Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal decidiram executar as três etapas de votação do Oceanos 2020 por meio da plataforma digital desenvolvida pelo Núcleo de Inovação do Itaú Cultural. Nas edições anteriores, apenas a primeira etapa era 100% virtual; nas demais, os jurados recebiam os livros por meio da plataforma e reuniam-se presencialmente para deliberar sobre o resultado.

“O prêmio Oceanos segue crescendo e refirmando, assim, a sua importância para disseminar e promover intercâmbios entre todos os países de língua portuguesa. Basta observar que batemos alguns recordes este ano, como o maior número de editoras inscritas e livros escritos por autores de 11 nacionalidades diferentes”, observa Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

“Certamente, os meios tecnológicos de que hoje dispomos contribuem na ampliação do número de inscritos e da cobertura geográfica e tornam-se mais fundamentais neste momento de suspensão social no mundo, em decorrência da pandemia, permitindo que preservemos os jurados”, completa ele para concluir que, justo neste período, estar mais próximo dos livros e da literatura nos oferece outras formas de romper o isolamento.

Para a DGLAB, o Prémio Oceanos, ao abranger toda a produção literária em língua portuguesa, é um dos maiores e mais importantes instrumentos para a consolidação e promoção da língua portuguesa, já que valoriza a língua na sua diversidade geográfica e criativa, contribuindo para cimentar a sua identidade, que é tanto mais rica quanto mais capaz de integrar a pluralidade de forma interativa.

Nesta primeira fase, um júri composto por 88 profissionais — professores de literatura, críticos literários, escritores, poetas e jornalistas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal — lê e avalia as obras inscritas para escolher os 50 semifinalistas, que serão divulgados em agosto. Os jurados também elegem, entre si, os 14 membros dos júris das etapas subsequentes.

Na segunda etapa, o júri intermediário — formado por sete profissionais de pelo menos duas nacionalidades — será responsável por escolher os 10 finalistas entre os semifinalistas. Na terceira e última etapa, o júri final — formado por outros sete profissionais de pelo menos duas nacionalidades — será encarregado da decisão dos três vencedores. O valor total do prêmio desta edição soma R$ 250 mil: o livro vencedor receberá R$ 120 mil; o segundo colocado, R$ 80 mil, e o terceiro, R$ 50 mil.

Todo o processo acontecerá por meios digitais, solução que visa priorizar a saúde dos jurados e diminuir os impactos negativos da pandemia. Além disso, reforça a importância do prêmio ao reconhecer o poder extraordinário de transformação exercido pela literatura.

NÚMEROS DO OCEANOS 2020 EM UM TOTAL DE 2.012 LIVROS INSCRITOS

Total de livros validados: 1.872

Livros com 1ª edição no Brasil: 1.655

1ª edição em Portugal: 189

1ª edição em Moçambique: 10

1ª edição em Angola: um

1ª edição em Cabo Verde: cinco

1ª edição em Macau: um

1ª edição em países que não tem o português como primeiro idioma: 14

(Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos e Letônia)

Nacionalidades dos autores: 11

Livros publicados em mais de um país: três

Total de editoras: 450 de Angola, Brasil, Cabo Verde, Macau, Moçambique e Portugal (número recorde)