Abrigo São Loucas |
Margareth Leite
Em 27 de março de 1961, foi criado o Dia Mundial do Teatro e, desde então, artistas, grupos e profissionais da cena comemoram a beleza e a dureza desse ofício. Em 27 de março de 2020, o teatro, que é a arte do encontro, será comemorado sem o encontro.
Neste momento, artistas e público não podem realizar aquilo que faz o teatro existir. Por isso, criadores teatrais brasileiros propõem como ação simbólica uma corrente de exibição de vídeos dos seus espetáculos, performances, teasers... Neles há algum vestígio do que esses artistas, da cena e de seus bastidores, fizeram e fazem. Os vídeos das criações cênicas, mesmo quando exibidas na íntegra, são registros-rastros do teatro. Mas teatro mesmo é outra coisa.
É sobretudo os noventa por cento do tempo que esses trabalhadores empenham em seus estudos, ensaios, convívios, principalmente o convívio com outras e outros criadores. Pois é no convívio, nisso que está suprimido neste momento, que é possível uma ética que seja ética.
"Enquanto rasuramos internamente a saída de tudo isso, nós do GRUPO HARÉM DE TEATRO nos somamos a essa corrente e apresentamos a você o vídeo do espetáculo ABRIGO SÃO LOUCAS que estreou em 2013 sinopse e outras informações", diz o ator Francisco Pellé.
ABRIGO SÃO LOUCAS é um texto que repercute o desenredo de três Marias (Maria de Castro, Maria Fernanda e Maria Francisca) que revivem as memórias de tempos áureos (à sombra das administrações de seus maridos, chefes do poder executivo local), enquanto preparam o primeiro encontro de ex-primeiras damas. O texto tragicômico, não só é inteligente, mas venal quando o assunto é político para refletir os velhos costumes da sociedade brasileira de política fisiológica, nepótica e de cultura de prevaricação
Texto e direção de: Arimatan Martins
Interpretação: Francisco Pellé, Francisco de Castro, Fernando Freitas e Emanuel de Andrade
Duração: 55 min
Genero: Trágicomédia