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Mercados e feiras são lugares de encontro de pessoas. Cada uma com seu universo e história, algumas vão comprar, outras vão simplesmente caminhar e ver o que tem de novidades. Mas há os personagens que são figuras fixas neste cenário, os trabalhadores.
Este ambiente de trabalho e de circulação de grana diz muito sobre a cidade, o seu povo. Com base nestes personagens, os artistas plásticos Jonas Vicente, Letícia Chaves, Andressa Carvalho, Gabriel Jacob e Nebraska mergulharam na prática do retrato pictórico e mostram ao público de Teresina o resultado de suas pesquisas com lojistas, ambulantes e frequentadores em telas que exaltam a atividade desses profissionais.
“O que norteia o tema é como essas pessoas se inserem no contexto do mercado de acordo com os anos; os artistas, então, fizeram perguntas, sentiram o ambiente, tiraram fotos, até chegar à escolha de seus retratados. Já a forma de expressão escolhida, evidentemente, foi o gênero do retrato pictórico”, explica Guga.
O retrato, segundo ele, é um gênero da história da arte bastante ensinado nas academias do passado e serviu para imortalizar reis e rainhas, nobres e burgueses, papas e santos. “A Monalisa de Da Vinci é um dos exemplos mais conhecidos desse gênero. E como o gênero atravessou a história da arte, há retratos de diferentes escolas, como impressionista, cubista, surrealista, entre outros, e com o surgimento da fotografia, o gênero foi absorvido também por essa técnica, porém o retrato pictórico continuou existindo e se reinventando, como atesta a obra do pintor inglês Lucien Freud, um dos maiores retratistas da contemporaneidade”, diz.
Na história da pintura piauiense destacam-se, nesse gênero, Lucílio de Albuquerque, Dora Parente e Nonato Oliveira, entre outros. “Nessa exposição, jovens artistas se aventuram nessa prática, cada qual trazendo seu estilo próprio, que vai desde influências do cartum até da pintura contemporânea, de cunho mais político, com o protagonismo de quem não detém poder social, como eram os retratados do passado”, afirma A realização da exposição é da Prefeitura de Teresina, através da Fundação Monsenhor Chaves, curadoria Guga Carvalho e produção Sara Reis. A exposição fica até dia 9 de abril, abrindo de segunda a sexta, de 8h às 17h30 e aos sábado, de 8h ao meio-dia.