De 1º e 31º de outubro o Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes recebe a IV Bienal do Sertão, que traz a Teresina obras de 29 artistas, desses, há a participação de cinco piauienses: Avelar Amorim, Lidhia SemH, Mônica Barbosa, Pedro Vidal e Roberval Borges. Seu intuito é promover o desenvolvimento artístico e cultural no Sertão.
E o que representa este Sertão nesse universo chamado Brasil? Marcado pela caatinga, vegetação que se adapta às condições adversas da falta de água, traz a essência da resistência e do desejo de cada artista no olhar atento a sua forma de expressão, para dizer o que é e a que veio. E num país de muitas formas de falar, a arte também dá o seu recado, mostrando que através de tintas, pincéis e telas é possível falar de tantas coisas, até mesmo do momento atual que o Brasil vive. Por isso mesmo a bienal deixou livre a temática e cada um vem dando o seu recado dentro de suas técnicas, formas, jeito. E o resultado deve surpreender os visitantes.
Foram mais de 4.000 obras analisadas, sendo 453 inscrições de todas as partes do mundo, trabalho que foi instigado pelas diferentes linguagens e técnicas. Uma produção pulsante que rompe as barreiras do imaginário e nessa junção de obras e artistas de várias localidades do sertão, do Brasil e de nações diferentes, permite-se a ampliação de seu ‘espaço físico’, de trocas simbólicas entre o sertão e seu estado global.
Serão 30 dias de exposição que se estendem a interação de obras e artistas, monitorias, rodas de conversa, entrevistas, visitações e muito mais. A curadoria é de Denilson Conceição Santana. E participam os artistas Alex Melo, Anais Karenin, Audrian Cassanelli, Avelar Amorim, Bia Monteiro, Bravo, Carlos França, Coletivo Huma, Cristiane Mohallem, Edilson Parra, Elias Rodrigues de Oliveira, Erly Emílio Almanza Torres, Grão: Gabriela Sá e Ícaro Moreno, Higo Joseph, Isabella Beneduci Assad, Ísis, Jussara Marangoni, Leandro Peregre, Lidhia SemH, Lynn Court, Luiz Barroso, Mariana Araújo Silva, Marina Woisky, Mônica Barbosa, Natalie Mirêdia, Pedro Vidal, Raphael Sagarra, Roberval Borges, Tangerina Bruno.
Lidhia SemH, que está no 4º período do Curso de Artes Visuais na Universidade Federal do Piauí, participa da bienal com obras que retratam lugares do Piauí, como a Pedra do Sal, no litoral, e Campo Maior. “Foram telas feitas com a intenção de mostrar um pouco do Piauí na Bienal do Sertão, destacar o nosso Estado”, diz. Ela, que constuma trabalhar as relações humanas e as que envolvem homem e natureza, observando também o seu contexto social, resolveu destacar o ambiente local. “A maior parte das minhas obras contém muito verde, muitas árvores que é o meu ramo de atuação artística e minha paixão, as plantas”.
Quem segue uma outra temática é Avelar Amorim. Ele, que no mês de setembro esteve no Museu com uma exposição individual ‘Passa pra Dentro’, permanece no local dentro da Bienal do Sertão. “Me sinto muito honrado.
Ela tem um grande peso. Acredito que seja o sonho de muitos artistas com pesquisas diferentes”. Sua tela é uma homenagem a Carmen Miranda. “É uma tela que tem várias faces de leitura por conta dessas imagens que eu trago na obra e eu coloco técnica de colagem, preços de produtos colados em sobreposição com cores, pinceladas. É um trabalho de senso crítico”.
Pedro Vidal, que tem o projeto itinerante o Sertaum, com 21 obras e cenografia, encontrou na Bienal uma oportunidade de falar da temática lembrada no evento. “O meu trabalho, além de se chamar Sertaum, aborda as paisagens da nossa região, do nosso cerrado e da caatinga, do bioma sertanejo. Foi uma felicidade ser selecionado com duas peças, que na verdade é uma dobradinha, o Esquenta 2 e o Esfria, peças que eu sempre exibo juntas”. (Por Liliane Pedrosa)