“A Última Floresta”, longa-metragem dirigido por Luiz Bolognesi (“Uma História de Amor e Fúria”), terá sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Berlim, como parte da mostra Panorama, que exibiu o premiado “Ex-Pajé”, em 2018. O evento acontece de 1º a 5 de março, e de 9 a 20 de junho de 2021, em formato híbrido – online e presencial, sendo em março fechado para o mercado. Bolognesi assina o roteiro com Davi Kopenawa Yanomami, escritor, xamã e líder político yanomami. O filme é produzido pela Gullane (dos irmãos Caio Gullane e Fabiano Gullane) e Buriti Filmes (Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi), e tem distribuição da Gullane. A estreia no Brasil está prevista para o segundo semestre deste ano.
O filme retrata o cotidiano de um grupo Yanomami isolado, que vive em um território ao norte do Brasil e ao sul da Venezuela há mais de mil anos. O xamã Davi Kopenawa Yanomami busca proteger as tradições de sua comunidade e contá-las para o homem branco que, segundo ele, nunca os viu, nem os ouviu. Enquanto Kopenawa tenta manter vivos os espíritos da floresta, ele e os demais indígenas lutam para que a lei seja cumprida e os invasores do garimpo retirados do território legalmente demarcado. Mais de 10 mil garimpeiros ilegais, que invadiram o local em 2020, derrubam a floresta, envenenam os rios e espalham Covid e outras doenças entre os indígenas.
“Acredito que o mais interessante foi construir a história com o xamã Davi e fazer as escolhas narrativas com os Yanomami, incorporando o ponto de vista mágico deles sobre os acontecimentos. Um rico encontro entre o povo do cinema e o povo Yanomami”, afirma o diretor Luiz Bolognesi, que se apaixonou pela história de Kopenawa ao ler seu livro “A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami”, e que o fez convidá-lo a escrever com ele o roteiro original do longa-metragem.
“É com imensa alegria e orgulho que recebemos a notícia da seleção oficial de “A Última Floresta” para o Festival de Berlim 2021. A situação dos povos indígenas no Brasil é gravíssima e a visibilidade internacional que a Berlinale trará ao filme e ao tema dos povos da floresta é a ação mais importante que poderíamos fazer neste momento. Seguimos avançando, em mais uma parceria com o Luiz Bolognesi, e nesse filme, de mãos dadas com Davi Kopenawa, contribuindo com esse lindo projeto cinematográfico para que o público em todo mundo conheça um pouco mais das raízes do Brasil”, dizem os produtores Fabiano Gullane e Caio Gullane.