Entretenimento

Anticoncepcionais podem causar doenças

Uso de contraceptivos impacta na circulação

As pílulas anticoncepcionais foram introduzidas na década de 60. Mais de 40 anos depois de seu lançamento, esse método contraceptivo passou por avanços no que diz respeito aos efeitos colaterais, porém as complicações no sistema circulatório continuam a ser estudadas e se constituem em um dos efeitos mais nocivos estudado pelos especialistas. Entre as principais complicações estão o infarto do miocárdio e embolias e AVCs isquêmicos (redução do fornecimento de sangue a uma parte do cérebro, acarretando “perda” de funcionamento).

Para avaliar melhor a relação dos anticoncepcionais orais e o AVC isquêmico, um grupo de pesquisadores norte-americanos do Serviço Neurovascular do Departamento de Neurologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco publicou um artigo na revista JAMA no qual fazem uma revisão de todos os estudos publicados entre 1960 e 1999, em todo o mundo.

Os pesquisadores, liderados pela Dra. Leslie Allison Gillum, concluíram que o uso contínuo desses medicamentos está associado ao aumento do risco de AVC isquêmico. No entanto, foi menor a taxa de risco para os anticoncepcionais com baixa dosagem de estrogênio. Já nas preparações à base de progesterona, o risco de derrame cerebral foi nulo. A relação de AVC e das pílulas permaneceu a mesma quando associada aos fatores de risco, sendo que resultados semelhantes foram encontrados entre fumantes e não-fumantes, em pacientes com ou sem história de enxaqueca, hipertensão e idade acima de 35 anos.

O uso dos contraceptivos orais impede a ocorrência de gestações não programadas, diminuindo, dessa maneira, as taxas de complicações de abortos e de gestações de alto risco, que em alguns casos podem culminar em um quadro de acidente vascular cerebral. Dessa maneira, se o emprego das pílulas fosse abolido, o número de AVCs decorrentes dessas complicações superaria o número de derrames decorrentes do uso dos anticoncepcionais. Por isso, médicos defendem que a prescrição desses medicamentos deve continuar, visto que os benefícios superam os riscos.