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Hospital das Clínicas tem 253 pessoas na fila para mudança de sexo em São Paulo

A fila para cirurgia de mudança de sexo não pára de crescer em São Paulo

A fila para cirurgia de mudan?a de sexo n?o p?ra de crescer em S?o Paulo. Apenas no Hospital das Cl?nicas h? 253 transexuais inscritos - nascidos, em sua maioria, com ?rg?o genital masculino e que se identificam com o sexo feminino. Outros 70 encontram-se em tratamento hormonal e psicol?gico. Como a espera ? longa - no m?nimo quatro anos -, muitos desistem no caminho ou procuram cl?nicas particulares no Brasil e no exterior.

O an?ncio feito pelo Minist?rio da Sa?de de que a cirurgia ser? realizada pelo Sistema ?nico de Sa?de (SUS), em car?ter experimental, em hospitais-escolas de S?o Paulo, Rio e Minas, trouxe um fio de esperan?a aos transexuais que n?o t?m dinheiro para o tratamento. Mas especialistas j? advertem que o programa corre s?rio risco de n?o sair do papel porque n?o h? equipes m?dicas especializadas para atender a demanda.

Para se ter uma id?ia, o Hospital da Cl?nicas, que implantou o programa em 1998, realizou at? hoje s? 23 cirurgias.

- Falta interesse dos profissionais porque ainda n?o h? regulamenta??o. O procedimento tem autoriza??o apenas do Conselho Federal de Medicina - comenta a endocrinologista Elaine Maria Frade Costa, chefe do Laborat?rio de Horm?nios e Gen?tica Molecular do HC.

Na equipe dela atuam tr?s psic?logos, um psiquiatra, uma fonoaudi?loga e dois cirurgi?es - um pl?stico e outro urologista. O m?dico Jalma Jurado, de 71 anos, que contabiliza em seu curr?culo mais de 500 cirurgias de mudan?a de sexo, n?o est? confiante no programa.

- Uma coisa ? o governo autorizar, e outra ? destinar a verba para a implanta??o. Se n?o houver dinheiro, os hospitais conveniados n?o v?o querer fazer.

Jurado afirma que os m?dicos s?o preconceituosos, como a maioria dos brasileiros, e demoram para entender a import?ncia dessa cirurgia.

Seios e ?tero - O presidente da Associa??o da Parada Gay, Alexandre Santos, o Xande, afirma que transexuais femininos - os que nasceram com sexo de mulher mas se sentem homens -, como ele, acabam sendo os mais prejudicados porque a cirurgia ? de alt?ssima complexidade.

- A maioria quer retirar seios, ?tero, ov?rio e trompas. Mas o SUS n?o cobre apenas esses procedimentos - lamenta Xande, referindo-se ao fato de o programa s? prever a opera??o completa. No Brasil, a cirurgia para casos como o dele ? proibida fora de hospitais-escolas.