O palco do Teatro Torquato Neto foi o espaço escolhido para a apresentação de À Margem, que será encenado nos dias 20 e 21 de dezembro, às 19h.
Resultado de um processo que se desenvolveu ao longo de mais de um ano e tem como base os contos Darluz e A Volta de Carmen Miranda, presentes nos livros Balé Ralé e Angu de Sangue, do autor pernambucano Marcelino Freire, a peça feita pelo Coletivo (In)Comum, do Rio de Janeiro, traz o olhar a partir dos marginalizados. A encenação parte dessa característica do autor para desenvolver personagens marcadas pela dureza e revolta, propondo uma dicotomia entre grito e silêncio, luz e escuridão, feminino e masculino.
Como vem dos contos, a dramaturgia tem como elemento indissociável a palavra, a oralidade marginal, a fala performativa e há todo um trabalho em cima dessa forma de se expressar. Fragmentou-se a estrutura do conto, mas se manteve na cena essa espécie de escrita corrente.
O espetáculo parte dos contos de um autor que privilegia as vozes periféricas. São dois momentos marcantes que se dividem no palco.
O Coletivo (In)Comum nasceu da disciplina de Atuação Cênica da Unirio (2016), a partir do desejo de estudantes nordestinos de pesquisarem a dramaturgia contemporânea do Nordeste. E decidiram partir dos contos de Marcelino Freire, pernambucano radicado em São Paulo, autor que privilegia as vozes periféricas. Suas narrativas são faces de pessoas a exibir e ou a forçar as cercas que as confinam. Seu grito contra uma sociedade excludente atravessa os textos deslocando paradigmas e valores.