
Quando a Warner Bros. revelou que ?As relíquias da morte?, sétimo e último livro da saga ?Harry Potter? seria dividido em dois, logo se pensou que o estúdio buscava faturar ainda mais com sua lucrativa franquia que arrecadou simplesmente US$ 6,4 bilhões pelo planeta. E não era mentira. Mas tal sensação é deixada para trás assim que se assiste à segunda parte do derradeiro filme inspirado na série literária de J.K. Rowling.
?Harry Potter e as relíquias da morte ? parte 2?, cuja estreia mundial é 15 de julho, fecha com brilho a história começada no cinema dez anos atrás e mostra que a empresa não poderia ter feito outra opção melhor a não ser dividir o capítulo final em dois. Seja para ela ou para os fãs.
É o trabalho mais consistente de todos e mostra como a produção amadureceu em todos os sentidos desde ?A pedra filosofal?. É um filme emocionante, assustador, divertido, bonito e, principalmente, muito bem dirigido por David Yates, o responsável pelas quatro últimas adaptações. Na sessão realizada para a imprensa nesta sexta-feira (8) foram muitos os soluços ouvidos ao longo de duas horas.
Lord Voldemort (Ralph Fiennes) comanda seu exército na batalha final contra Harry
(Atenção: a partir daqui o texto contém spoilers ( Divulgação dos segredos da obra))
?Relíquias 2? traz o esperado embate final entre Harry (Daniel Radcliffe) e Lorde Voldemort (Ralph Fiennes), o bruxo das trevas. Mais uma vez com a ajuda de Hermione (Emma Watson) e Ron (Rupert Grint), ele precisa encontrar e destruir as horcruxes que contêm a alma de Voldemort e o tornam imortal. Harry tem o dom de ouvi-las, mas a última é um quebra-cabeça e está guardada dentro de Hogwarts, agora sob a batuta - ou varinha - de Snape (Alan Rickman).
É na escola, aliás, que é retratado o campo de batalha a partir do retorno do trio após meses de ausência. Os professores e os alunos precisam escolhem o lado em que ficarão e se, afinal, vale a pena lutar ou não pelo futuro. Os embates em alguns momentos são violentos e há vários mortos expostos, o que fez a censura do filme ser classificada para 14 anos - antes da sessão fechada, a Warner comemorou a reclassificação original de 12 anos.
O filme tem diversos destaques. Os efeitos especiais, pela primeira vez em 3D, é um deles, assim como a atuação de alguns personagens secundários. A ação e a narrativa se concentram basicamente em Harry, mas isso não impede que aqueles que ficaram um pouco largados nos filmes passados retornem com brilho - caso da professora McGonagall (Maggie Smith).
Matthew Lewis como Neville Longbottom também é digno de nota. A Warner Bros. trouxe o ator ao Brasil no ano passado para divulgar a primeira parte de ?Relíquias?, e dessa vez quem vem é Tom Felton, o vilãozinho Draco Malfoy. Dada a importância de cada personagem nos dois longas, a opção ideal seria a inversa.
Yates tem méritos de apresentar aqui uma história que não deixa perdido aquele espectador que não leu os livros ou que tem dificuldades de juntar as peças após oito filmes. O que são essas horcruxes mesmo? Quem é essa tal Bellatrix Lestrange? Está tudo mastigadinho, mas quem é fã nível hardcore também não irá se decepcionar.
O melhor exemplo vem justamente na parte mais importante do filme, quando Harry (Daniel Radcliffe) colhe uma lágrima de Snape (Alan Rickman) e enxerga o seu passado, literalmente, ao mergulhá-la na penseira. A cena é praticamente um best-of de tudo o que envolve a saga, ao mesmo tempo em que revela o destino de Harry e o porquê de ele ser o escolhido para lutar contra Voldemort.
A filmagem traz narrativas cruzadas que mostram como os pais de Harry, Tiago e Lilian, conheceram-se, e também revela uma faceta até então desconhecida de Snape. Os efeitos e os recursos de flashback e flashforward que se misturam são tão bem gravados que será impossível ler o livro depois e se deparar com tal passagem sem a imagem do filme na cabeça ? um mérito e tanto que os longas da série literária conquistaram ao longo dos anos.
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