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Terapia do luto ajuda Cissa a se recuperar

A Terapia do Luto, no caso de mães que perdem os filhos

Há quase um mês e meio, quando seu filho caçula, Rafael Mascarenhas, de 18 anos, morreu, a atriz Cissa Guimarães, que ficou muito abalada com a tragédia, tem feito a Terapia do Luto. Quem apresentou a terapia para Cissa foi a atriz e amiga Patricya Travassos, que comanda o programa Alternativa Saúde, na GNT.

De acordo com a terapeuta de Cissa, a psicóloga Adriana Thomaz, a Terapia do Luto, no caso de mães que perdem os filhos, consiste em "readaptar uma nova e aparentemente ilógica realidade", diferente da realidade que a maioria das pessoas têm na cabeça, de que é a morte dos pais que precede a dos filhos. "Eu atendi a Cissa uns 3 ou 4 dias depois que o Rafael faleceu. O primeiro passo foi procurar os instrumentos que eram mais importantes para ela, que faziam ela continuar a ter vontade de viver. Eu identifiquei que o trabalho como atriz era vital para Cissa e que o carinho do público era muito importante na vida dela", contou Adriana.

Depois de duas semanas da morte de Rafael, Cissa voltou a subir aos palcos com sua peça Doidas e Santas, que está em cartaz até o fim do ano no Teatro do Leblon. "Ela encara essa peça como uma filha, já que é sua primeira produção", disse a psicóloga. "Estou em um momento que a atenção é para minha peça", confirmou a própria Cissa.

Recomendação

Em entrevista, a atriz confirmou que a terapia tem lhe ajudado muito e recomenda o tratamento a todos que passam por situações difíceis como essa. "Estou fazendo a terapia desde que meu filho se foi e isso tem me ajudado muito. É fundamental. Tem me ajudado a recomeçar. Acho que todo mundo que passa por essa dor deveria fazer, para entender melhor tudo o que acontece. Nós vivemos em uma cultura que lida muito mal com a morte", disse Cissa.

Como a própria atriz sugeriu, o Portal CARAS conversou com a terapeuta dela, para saber um pouco mais sobre a Terapia do Luto e saber como está o progresso de Cissa nessa difícil luta que é superar a dor de perder um filho. Durante as sessões, o trabalho de Adriana discute bastante a realidade da morte. "As pessoas tentam fingir que isso nunca vai acontecer na família delas. Procuro mostrar à elas, assim como mostrei à Cissa, que a morte é natural e o quanto é importante educar para a morte. E a Cissa tem encontrado força nisso", explicou a psicóloga.

A atriz, que no último mês mal conseguiu falar sobre o falecimento do filho sem chorar, mostrou que está entendendo melhor a vida e a morte, que é algo incompreensível para a maioria das pessoas. "A Adriana tem me ensinado como sobreviver a isso, e por mais que a dor não passe, ela se torne um pouco mais compreensível", contou Cissa.

As lembranças

Adriana afirmou que no começo da terapia Cissa tinha dúvida do que fazer com as roupas, as fotos e os objetos do filho. "Depois que o Rafael morreu, muitos amigos dele começaram a frequentar a casa de Cissa e isso foi muito bom. Ela resolveu dar algumas coisas íntimas do filho para pessoas queridas por ele, como sua guitarra, por exemplo." Mas ainda há objetos que a atriz não decidiu o que vai fazer com eles. "Nas próximas sessões vamos focar no que ela quer guardar, mas, não posso falar exatamente o que vamos fazer, pois isso pode atrapalhar o processo dela", explicou a médica.

Como psicóloga de Cissa, Adriana consegue identificar uma qualidade da personalidade da atriz que tem ajudado muito no processo dela. "Cissa é uma mulher muito coerente, decidida, que sabe o que que quer e tem compromisso com a felicidade. Isso está sendo fundamental para ela, já que, ao mesmo tempo que ela abre espaço para a tristeza, que é constante na fase do luto, ela consegue perceber as coisas boas em seu dia a dia e se permite ficar feliz."