Uma semana depois dos primeiros deslizamentos, na noite do dia 11 de janeiro, na Região Serrana do Rio, mais de 21,5 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em sete municípios da área. Segundo os números das prefeituras de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal, o total chegava a 21.694 até as 12h desta terça-feira (18).
O numero de mortos na região já chega a 680 e ainda há pelo menos 17 localidades em que não é possível chegar a não ser de helicópteros ou carros 4x4.
O número de desaparecidos, no entanto, segue incerto. Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro já contam com 182 com paradeiro desconhecido. Mas há cidades em que não há lista de desaparecidos.
Nova Friburgo
A Prefeitura de Nova Friburgo registra 318 mortos. A Secretaria de Comunicação da prefeitura diz que não há como separar desabrigados de desalojados, porque muita gente procurou abrigo em casa de parentes, amigos ou vizinhos. A prefeitura calcula que existam na cidade entre 5.200 e 6 mil desalojados e desabrigados, e afirma que não há mais bairros isolados na cidade.
O abastecimento de água e de energia, de acordo com a prefeitura, já foi restabelecido em cerca de 70% de Nova Friburgo. Técnicos voluntários inclusive de outros estados trabalham para restabelecer os serviços de telefonia. O maior problema agora, é a coleta de lixo, já que além de sofás e outros objetos de grande porte, ainda há grande quantidade de troncos de árvores e pedras que precisam ser removidos das ruas da cidade.
Teresópolis e Petrópolis
Em Teresópolis, segundo a prefeitura, grande parte do 3º Distrito, como é chamada a Zona Rural ainda tem dificuldade de acesso por terra. A área representa 66% do município. O último relatório da Defensoria Pública e da Defesa Civil registrou 277 mortos na cidade. Destes, 235 já foram identificados e sepultados. Segundo a prefeitura, há cerca de 3.000 pessoas abrigadas em um dos 27 locais disponibilizados pela prefeitura e 2.000 em casas de parentes e amigos.
Em Petrópolis, a chuva deixou 58 mortos, 224 desabrigados e 2.805 desalojados. De acordo com a prefeitura, 26 pessoas estão desaparecidas e apenas a localidade de Brejal segue isolada.
Bom Jardim
Em Bom Jardim, segundo a prefeitura, foi encontrado o primeiro corpo na cidade nesta terça, oficialmente, encontrado no distrito de São José do Ribeirão. Quatro pontes caíram na cidade que, por causa disso, está dividida em quatro regiões. Há muitas áreas em que a ajuda só chega de helicóptero. Entre elas: Banquete, São José do Ribeirão, São Miguel, Bem te vi, Bom Destino e Jardim Boa Esperança.
Toda a frota da prefeitura foi destruída pelas águas, o que dificulta o acesso das equipes de resgate e serviço na cidade e 1.200 pessoas estão desalojadas e 700 estão desabrigadas.
São José do Vale do Rio Preto e Sumidouro
Em São José do Vale do Rio Preto, segundo a prefeitura, foram encontrados seis corpos que foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Petrópolis. Não há registro de desaparecidos. As chuvas deixaram 2.064 desabrigados e desalojados. Na cidade, as localidades conhecidas como Poço Fundo, Parada Morelli e Areias seguem ilhadas.
Em Sumidouro, a prefeitura contabiliza 20 mortos e cinco desaparecidos. Por causa da dificuldade de comunicação, o órgão ainda contabiliza o número de desabrigados e desalojados. Há ainda sete localidades com acesso restrito: Santo André, São Bento, Cascata, Itororó, Fazenda Boa Vista, Fazenda Santa Cruz e Pilões.
Areal
Em Areal não houve mortos, segundo a prefeitura. Mas a chuva causou estragos, destruindo 50 casas e interditando várias pontes que fazem ligações entre os bairros do município.
Apenas o bairro Amazonas está numa área onde o acesso é muito difícil, mas mesmo assim, a ajuda está chegando aos moradores. A prefeitura calcula que 1.200 pessoas estão desabrigadas e 2.500 desalojadas.