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Programa Incrível mostra as belezas da Serra da Capivara e o primeiro homem das Américas hoje

As belezas da Serra da Capivara, com as pinturas rupestres e pesquisas sobre o primeiro homem das Américas serão mostradas no programa Incrível

As riquezas culturais, históricas, naturais e arqueológicas da Serra da Capivara serão mostradas pela Rede Meio Norte em três episódios, com uma hora de duração cada, a partir de hoje. Entre os destaques, a confirmação de recentes pesquisas de uma missão franco-brasileira de arqueólogos.

Cientistas confirmaram que os mais antigos vestígios da presença do homem no continente americano estão no sudeste do Piauí. A arqueóloga brasileira Niède Guidon defende isso há mais de 20 anos. Tudo será mostrado no Isto é Incrível, às 23h, com reprise no domingo, às 15h.

África. Berço da humanidade. Centro de expansão e colonização da espécie humana para as mais distantes regiões da Terra. Além desta convicção, muitas perguntas ainda cobram respostas ao passado. Como e quando a espécie humana partiu em direção das Américas?


Programa Incrível mostra as belezas da Serra da Capivara e o primeiro homem das Américas hoje

Foi através do Estreito de Bering? Via Oceano Pacífico? Através da Polinésia ou da Austrália? Terá sido por um caminho gelado através da Antártica? Ou será que a população americana tem uma origem autóctone, quer dizer, originária no próprio continente? Perguntas ainda na penumbra.

Mas há respostas um pouco mais claras: a presença humana na América é muito mais antiga do que antes se pensava. As mais recentes descobertas no Parque Nacional Serra da Capivara confirmam que em um sítio arqueológico, o abrigo Toca da Peia, foram encontrados vestígios atestando a presença humana na região há 22 mil anos. Isso muda a cronologia da histórica epopeia da humanidade no continente americano.

Capivara: uma nova história da Pré-história na América

Novas evidências estão sendo vistas no Parque Nacional da Serra da Capivara. Revisões sobre a arqueologia das Américas estão a caminho. A equipe de Eric Boeda descobriu ferramentas de pedra na Toca da Peia, na Serra da Capivara, capazes de mudar a História da Pré-história no continente americano.

Realizando datações (medida do tempo passado) através da técnica da luminescência opticamente estimulada, chegou-se à conclusão de que os artefatos teriam cerca de 22.000 anos de idade. ?Datação por luminescência é um método confiável para datar um sítio arqueológico.

Para Toca da Peia os pesquisadores estão muito confiantes de que a idade dos sedimentos é a mesma que a dos artefatos. A equipe realizou, por precaução, muitas medições e ensaios, levando em conta as condições ambientais e as possíveis variações na umidade do solo.

Na Serra da Capivara as escavações acontecem em três sítios arqueológicos do Período Geológico do Pleistoceno. Na escala de tempo geológico o Pleistoceno é a época do período Quaternário da era Cenozoica, compreendida entre 2 milhões e 588 mil e 11 mil e 500 anos atrás. Um dos sítios escavados desse período é a Toca da Peia.

Em três locais foram medidas datações com idade entre 25 mil e 17 mil anos. Mais de vinte achados foram catalogados e avaliados a partir de dois métodos diferentes. Segundo arqueólogos, os artefatos foram usados para cortar legumes, descarnar e raspar ossos.

Os críticos defensores da teoria do Povo CLOVIS, que persistem em invalidar as descobertas na Serra da Capivara, dizem que as pedras esculpidas descobertas podem ser o resultado de um deslizamento de rochas ou podem ter sido desenvolvidas por macacos-prego.

Boeda protesta. ?Na Toca da Peia nunca foram encontrados sedimentos marinhos com essas características?. Segundo ele, as pedras também não teriam sido transportadas por pássaros ou vindas do céu. Sobre a habilidade dos macacos-prego do Parque Nacional Serra da Capivara desenvolvem artefatos, não há provas que possam fazer isso voluntariamente, esculpindo uma rocha para cortar e raspar ossos.

O debate continua. Mas as evidências que distinguem a Serra da Capivara como a referência mais antiga da presença humana no continente americano têm a consistência e resistência de uma pedra.