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Os vários motivos da traição masculina

Especialistas em relacionamento e psicologia e os próprios homens falam sobre o assunto

Quem acha que traição é uma coisa natural no comportamento masculino pode ganhar o título de ultrapassado. Afinal, esse comportamento não está predefinido no homem. Marina Vasconcellos, psicóloga de São Paulo, diz que a traição não é compreensível só porque ele é homem, não.

Se está compromissado, você escolheu estar com aquela pessoa. A gente tem o desejo, sim, mas tem o poder de controlá-lo, afirma ela. Mas Marina concorda que é mais fácil o homem trair do que a mulher. Eles têm mais permissão de abordar as pessoas, por isso têm mais chances. As mulheres costumam ficar na espera.

Porém, a especialista não condena exclusivamente o homem. Se ele trai, algo não está legal na relação. A não ser os casos de compulsivos sexuais, que precisam ser tratados. A primeira dica da psicóloga, portanto, é manter a relação interessante para ele. O homem precisa se sentir admirado. Eles têm uma necessidade de ter seus méritos reconhecidos... Se ele não se sente assim, procura uma amante que o admire, mesmo que ele ainda goste da mulher.

Outro motivo comum é quando o desejo sexual dos dois não está em sintonia. Há muitos casais em que o homem tem muito mais necessidade de sexo do que a mulher. E é bom descobrir o motivo disso, aconselha Marina. Descubra quais são os problemas da relação que refletem no sexo para poder resolvê-los. Outra dica de Marina é valorizar as coisas boas da relação e demonstrar isso.

Evite reclamar de tudo. Faça com que ele se sinta querido e importante. E mais: Cuide-se, da mente e do corpo, e tome a iniciativa no sexo. Eles adoram. Dedique-se à relação, converse, saia, se divirta... não fale com ele apenas para discutir a relação.

A culpa também é delas

psicanalista Elizandra Souza também alivia um pouco o lado dos homens. Não é possível dizer se eles são mais infiéis. O que sabemos é que, hoje, as traições  femininas e masculinas  estão mais descaradas, diz ela.

E, culturalmente, eles traem mais. Por outro lado, as mulheres reclamam da falta de solteiros, mas aceitam sair com os casados. Talvez por isso a traição masculina seja mais aceita pela sociedade. Outro argumento falho é dizer que faz parte da natureza do homem a infidelidade. Estaríamos visualizando um homem irracional, que sucumbe imediatamente aos seus desejos, sem se preocupar com as consequências. E isso não é verdade. Se um homem pode administrar um negócio, por que não conseguiria administrar seus instintos?, questiona Elizandra.

Para a psicanalista, é importante destacar que nenhuma mulher precisa se sentir inferiorizada quando acontece a traição, mas sim usar os sinais da infidelidade para entender o que está havendo. Ela pode avaliar a relação, antes que a traição se torne um transtorno. Não é preciso fazer escândalo. É melhor conversar. E ninguém nega que uma conversa sincera pode levar o casal a entender suas dificuldades e superar os obstáculos que estão passando. Não precisamos achar que os homens são simplesmente canalhas, pois eles também querem uma relação madura e duradoura, com respeito, companheirismo e amor, encerra Elizandra.

Com a palavra, eles

Paulo* diz que já traiu sua namorada, mas não concorda com os argumentos da psicóloga. Traí por diversão, para ter uma boa transa, sem compromisso, diz o homem de 29 anos. E faz uma lista de reclamações sobre a namorada. Por qualquer coisinha, ela faz um carnaval. Acho que é bom, às vezes, a gente ter uma transa com a intenção de ter prazer. Sem ter que se preocupar se você terá sono depois ou se vai ter que ir embora em seguida.

Cansa pensar em todas essas coisas sem importância que elas valorizam tanto. Outro que traiu foi Fábio*, de 32 anos, mas garante que não é um hábito. Traí minha mulher antes de casarmos e foi uma única vez. Foi uma noite puramente sexual, animalesca, diz. E ele discorda que havia algo de errado com seu relacionamento para buscar outra. Não procurei. Rolou. Amo minha mulher e nos damos muito bem. Foi apenas uma aventura sexual, de um jovem que sabia que ia se casar e ficaria amarrado, teoricamente, para sempre.