Uma nova paixão leva à perda de dois amigos íntimos, segundo um estudo da Universidade de Oxford.
Para os pesquisadores, este é o custo de um novo relacionamento, que acabaria consumindo o tempo antes dedicado às amizades próximas.
Enquanto a maioria das pessoas teria um círculo de cinco pessoas que elas veem pelo menos uma vez por semana e com quem contam em momentos de crise, este número cairia para quatro depois do início de um namoro - com a perda de dois amigos e a inclusão do novo namorado (ou namorada) no grupo.
As duas pessoas afastadas para acomodar o relacionamento amoroso, segundo o estudo, seriam normalmente um parente e um amigo.
"Sua atenção está tão focada no seu parceiro que você simplesmente não se encontra mais com as outras pessoas e esses relacionamentos começam a se deteriorar", explica o coordenador da pesquisa Robin Dunbar, do Instituto de Antropologia Evolucionária e Cognitiva da Universidade de Oxford.
Para o estudo, publicado na revista científica Personal Relationships, 540 pessoas maiores de 18 anos responderam a um questionário pela internet sobre seus relacionamentos e os efeitos de uma nova paixão.
Em uma pesquisa anterior, a equipe de Dunbar concluiu que o cérebro humano é capaz de administrar um máximo de 150 amigos nas redes de relacionamento disponíveis na internet, como os sites Facebook e Orkut.
Nos anos 1990, o cientista desenvolveu uma teoria batizada de "Número de Dunbar", que estabelece que o tamanho do neocórtex humano - a parte do cérebro usada para o pensamento consciente e a linguagem - limita a capacidade de administrar círculos sociais a até 150 amigos, independente do grau de sociabilidade do indivíduo.
Sua experiência se baseou na observação de agrupamentos sociais em várias sociedades - de vilarejos do período neolítico a ambientes de escritório contemporâneos.
Segundo Dunbar, sua definição de "amigo" é aquela pessoa com a qual outra pessoa se preocupa e com quem mantém contato pelo menos uma vez por ano.