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Nova novela terá até câmeras-robô nos moldes do Big Brother Brasil

Diretora da novela explica como funciona a caixa cênica

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Diretora de novelas de sucesso como "Celebridade", "Cordel Encantado" e "Avenida Brasil" Amora Mautner se tornou um sinônimo de sucesso e se prepara para mais uma trama do horário nobre em parceria com João Emanuel Carneiro.

Em 31 de agosto estreia "A Regra do Jogo" e qualquer semelhança da diretora com Atena não será mera coincidência. Com seu "jeito intenso", segundo ela própria, além de ser inspiração para a vilã de Giovanna Antonelli, a loira traz uma novidade revolucionária para a maneira de fazer novela: a caixa cênica, cenário fechado com 8 câmeras, como num reality show.Completamente segura de si e capaz de comandar uma equipe numerosa, Amora se aproxima de Atena não no que se refere à maldade e à faltad e moral da antagonista, mas sim no modelo de mulher poderosa e assertiva.

Contudo, na comparação com a personagem, ela garante que ser ou não inspiração é o menos importante. "Acho que tenho um jeito intenso que ela está traduzindo para o jeito dela. A Giovanna é uma grande atriz, que mistura composição com verdade e está trazendo e para a Atena alguns bordões meus, mas o que importa mesmo é a interpretação dela. Acho que tem algumas frases minhas e ela me acha engraçada", pondera.E Giovanna está longe de ser a única do elenco a receber elogios fervorosos da diretora. Na coletiva de lançamento da nova novela, Amora se ajoelhou para ovacionar Alexandre Nero, que ela anunciou como um fenômeno de beleza sexual. E também avisou que, apesar do jeitinho mineiro, contida, Vanessa Giácomo está uma louca selvagem como a mocinha Tóia. Por fim, ao falar de Marco Pigossi, o elogio foi duplo: "Ele tem talento e 18 gominhos no abdômen".


A caixa cênica e a pegada de reality show

Inspirada pelas câmeras do "BBB" e de outros reality shows, Amora Mautner inova o modo de fazer telenovela com a caixa cênica. "São oito câmeras rodeando os atores, como num autorama, ou seja, para onde eles andam as câmeras vão atrás. E eu faço umas coisas no meio da cena, tipo assim: 'O Nero agora vai fazer alguma coisa diferente no gravando, então fica todo mundo atento'. Aí ele vai para o banheiro, por exemplo, no meio da cena.", ela explica. E completa: "Os cenários são todos montados inteiros como se fosse uma casa, só que tem câmeras escondidas. É incrível, eu tô muito feliz com o resultado, porque acho que traz o que eu realmente acredito como o melhor da comunicação com o público, que é a energia do ator."

"São quatro cameramen, três câmeras robôs - que vão em todos os lugares - e um Mövi (um tipo novo de estabilizador da imagem). Antigamente eu fazia um ensaio e gravava várias vezes, agora, eu ensaio três vezes, fica afinado e eu gravo. E no gravando eu boto dois câmeras no 'ao vivo', o que significa que uma câmera vai acompanhar a Giovanna e a outra o Nero, por exemplo".


Inspirações vieram do 'BBB' de de 'Dogville'

"Foi uma criação minha, a ideia evoluiu, nós fizemos dois anos de testes, desde a questão da engenharia até a questão da produtividade, e deu tudo certo (...) É um cenário-base que acopla outros. As principais câmeras são por fora e algumas por dentro. É um reality. Eu fui lá no BBB e copiei... Adaptei, na verdade", conta a loira, sobre a idealização da caixa cênica. Quando perguntada se pensa na possibilidade de outros diretores passarem a usar a nova técnica, Amora declara: "Eu só penso em mim! (risos) Sou muito autocentrada, só penso nos meus projetos". Ela também fala das dificuldades técnicas que foram enfrentadas para excutar o projeto.

"A engenharia foi muito importante porque a gente teve que importar alguns equipamentos que ainda são novos e por isso foi preciso um treino. É um jeito operacional ótico diferente, então importamos e os câmeras ficaram testando e ensaiando durante dois meses. Além disso, as próprias câmeras robôs demoraram a ficar azeitadas, porque são robôs, então teve todo um trabalho. Outra questão, por exemplo, foi onde cabear, pois já que é 360 graus, onde é que vai o cabo? Tivemos que colcoar por dentro das paredes. A luz também, eu gastei três vezes orçamento de qualquer equipamento de luz. Porque é meio Dogville, a lógica é Dogville, onde há cena tem luz", declara a artista, que garante não ter mais trabalho na edição por causa da multiplicidade de câmeras.