Connie Culp, primeira pessoa a receber um transplante de face nos Estados Unidos, declarou nesta semana a intenção de apoiar a doação de órgãos no país.
"Uma pessoa pode fazer toda a diferença ao doar um órgão", afirmou Culp, em entrevista à Associated Press na mesma clínica na qual a operação foi realizada em dezembro de 2008.
A norte-americana confessa que a família se aproximou depois da nova face. "Nós estamos mais próximos do que nunca", disse Culp. "É horrível dizer isso sobre minha família, mas é verdade."
Após quase dois anos da cirurgia, a mulher de 47 anos já consegue sorrir, comer alimentos sólidos e conversar.
Em setembro de 2010, a norte-americana falou durante um evento da LifeBanc, organização sem fins lucrativos para reconstrução de órgãos e tecidos no estado de Ohio.
Tiro de espingarda
Atingida por um tiro de espingarda disparado pelo marido em 2004, Connie teria de respirar e comer por meio de um tubo caso a operação não fosse realizada.
Uma nova cirurgia para corrigir sobras de pele nas bochecas e no queixo permitiu que Connie se livrasse de incômodas dores de cabeça. A mulher também consegue sentir o toque nas bochechas e pode comer um bife, algo que não fazia desde a tentativa de assassinato, há seis anos.
A operação para transplantar a face de uma pessoa falecida para o corpo de Connie Culp durou 22 horas e foi realizada na Cleveland"s Clinic pela cirurgiã Maria Siemionow. Foi a primeira operação do tipo nos Estados Unidos, seguida por um transplante em um homem chamado James Maki.
A espera de quatro anos por um doador terminou com um procedimento que reconstruiu 80% da face de Connie, com a transferência de ossos, músculos, nervos, pele e vasos sanguíneos. Caso a equipe médica não encontrasse um doador compatível, outra chance só apareceria, provavelmente, depois de anos.