As mulheres de hoje preferem homens com feições mais "femininas", como as do astro Johnny Depp, àqueles cujos rostos são mais masculinos, como o ator Sean Connery. É o que concluiu um estudo britânico publicado na revista especializada Proceedings of the Royal Society B. Segundo os cientistas, essa percepção mudou, sobretudo, nos países desenvidos. Historicamente, as mulheres escolhiam os homens pelas características físicas que sugerissem que eles poderiam produzir filhos fortes e saudáveis - como maxilar, testa e lábios maiores. Como o tempo, porém, elas se viram diante de um impasse: quanto mais masculino o homem era, menos ele auxiliava no crescimento dos filhos. Agora, os pesquisadores da Universidade de Aberdeen acreditam que, com as melhorias no sistema de saúde e na qualidade de vida, as mulheres já não acreditam que o homem é a única saída para gerar filhos fortes e saudáveis. Por isso, elas optam pelos homens com a aparência mais feminina. Para o estudo, os cientistas analisaram as preferências de mulheres de mais de 30 países e descobriram a relação direta entre a melhoria do sistema de saúde a escolha do parceiro. Ao longo da pesquisa, as mulheres dos países mais desenvolvidos, que oferecem um sistema de saúde mais eficiente e abrangente, preferiram os homens mais femininos – ou não tão másculos. Na Suíça, por exemplo, que entre os países pesquisados possui o melhor sistema de saúde, 68% das mulheres preferiram homens com traços mais femininos. Já no Brasil, que conta com um dos piores sistemas entre os analisados, 55% das mulheres escolheram os homens mais másculos. "As conclusões sugerem que, com as melhorias no sistema de saúde, a figura mais masculina do homem está sendo descartada. Isso pode explicar em parte porque estrelas como Johnny Depp e Orlando Bloom são populares hoje. No passado, essas figuras eram Sean Connery e Clark Gable", afirmou a psicóloga Lisa DeBruine, coordenadora do estudo. "As pessoas costumam acreditar que o senso de beleza é arbitrário e que varia conforme a cultura. O que nossa pesquisa mostra é que as preferências podem ser explicadas por diferentes fatores, como a qualidade do sistema de saúde", acrescentou DeBuine. Ela e sua equipe entrevistaram mulheres da Europa, do Canadá, da Austrália, da Nova Zelândia e das Américas do Norte e do Sul.