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Morre, aos 82 anos, o ator e diretor de teatro Antônio Abujamra

O cineasta Samir Abujamra, sobrinho de Antonio, lamentou a morte em mensagem publicada no Facebook. “Morreu meu ídolo, meu segundo pai, o homem que me fez ser artisa. Tio Tó, Antonio Abujamra”.

O ator, diretor de teatro e apresentador Antonio Abujamra morreu na manhã desta terça-feira, aos 82 anos. A morte foi confirmada pela TV Cultura, canal onde ele apresentava o programa "Provocações". Abujamra morreu dormindo e o corpo encontrado por um de seus filhos na casa onde morava morava, em São Paulo. Ainda não há informações sobre a causa da morte, bem como detalhes sobre velório e sepultamento.

O cineasta Samir Abujamra, sobrinho de Antonio, lamentou a morte em mensagem publicada no Facebook. "Morreu meu ídolo, meu segundo pai, o homem que me fez ser artisa. Tio Tó, Antonio Abujamra".

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Desde 2000, o Abujamra apresentava o programa de entrevistas "Provocações", na TV Cultura. O último episódio foi ao ar na última terça-feira, com o humorista Eduardo Sterblitch como entrevistado.

Nascido em Ourinhos, no interior de São Paulo, em 1932, ano em que a Revolução Constitucionalista tomou o estado, Abujamra era um artista de muitas facetas, se desdobrando em autor, iluminador, tradutor, ator, diretor teatral e apresentador. Era reconhecido por ser pioneiro a introduzir no Brasil os métodos teatrais de mestres como Bertolt Brecht e Roger Planchon, com quem estudou.

Formado em filosofia e jornalismo, começou a carreira na plateia, como crítica teatral. Mas, ainda na faculdade, experimentou os ofícios da atuação e da direção. Já no começo, montou "O marinheiro", de Fernando Pessoa, "O caso das petúnias", de Tennessee Williams e "A cantora careca" e "A lição", de Eugène Ionesco, entre outros.

Mais conhecido como Abu, destacou-se no início dos anos 1960, inserido no panorama teatral paulistano. Na época, estava voltando ao Brasil após passar um período estudando teatro na Europa - passou por Madri, Paris e Berlim -, cheio de projetos. Sua estreia como diretor profissional foi com "Raízes", de Arnold Wesker, no Teatro Cacilda Becker.

Ainda naquela década, à frente do Grupo Decisão, Abujamra buscou uma linha muito pessoal na direção, e seu grupo apresentou uma série de espetáculos provocantes. Ele foi o primeiro a trazer para o Brasil as obras de Harold Pinter, com "O encarregado" e Arnold Wesker, com "Raizes", este montado com Cacilda Becker, a maior atriz da época, que ouvira falar do talento do novo diretor.

Embora continuasse com base em São Paulo, também fincou raízes no Rio. Dirigiu a famosa montagem de "Antígona", com Glauce Rocha, que provocou um dos incontáveis conflitos com a censura nos anos da ditadura.