Dado Dolabella garante: "O texto ? t?o maravilhoso que a nudez fica em segundo plano. Fiquei vidrado na hist?ria. Chega um momento em que voc? esquece do peito. N?o ? uma exposi??o gratuita".
Os seios em quest?o s?o da namorada do ator, Luana Piovani, que estreou seu primeiro mon?logo, P?ssaro da Noite, quarta-feira, no Teatro do Leblon. Dado estava l? e, como outros convidados, viu a atriz se despir parcialmente em cena, com transpar?ncias reveladoras.
N?o ? novidade para ele. Talvez esquecendo de que ? para o p?blico, o ator acredita que ningu?m ir? ao teatro apreciar o que a Playboy nunca conseguiu estampar em suas p?ginas.
N?o, Luana garante que n?o est? em negocia??o com a revista, mas em cena, faz muito mais do que tirar a roupa. Despe-se dos pudores. Provocante, sua personagem passeia a m?o pelo sexo na lingerie aparente, garantindo que a pe?a est? umedecida.
Mais: descreve o tamanho do membro de um dos parceiros, Alfredo, avantajado. Para ela, o que interessa mesmo no homem ? o "falo". Um de seus parceiros era cego, ela revela. Manipulou-o e fez sexo oral nele no elevador. Depois do expediente, sexta-feira, ?s 18h, diz Luana na pele da secret?ria perdida num fim de noite, ela entra no banheiro.
Em instantes, est? diante de uma carreira. Sim, coca?na. "Nariz ? para cheirar, garganta ? para sorver", sentencia. Nada disso ? p?reo para outra revela??o do texto de Jos? Antonio de Souza: quando crian?a, ela tinha a mania de levar o dedo a determinada parte do corpo e cheir?-lo.
Em cena, de frente para a plat?ia, leva a m?o at? as n?degas, por dentro da lingerie, traz o dedo ao nariz e prop?e que todos deveriam sentir os aromas ?ntimos uns dos outros antes de iniciar uma conversa.
Erotismo, nudez e, claro, no fim do espet?culo, colegas de profiss?o que estavam na plat?ia saudaram o desprendimento da atriz e comentaram os seios ? mostra em tempos de manifesto contra a nudez liderado pelo ator Pedro Cardoso.
"Luana est? deslumbrante, n?o ? apela??o. Ela deu a cara a tapa e n?o levou tapa nenhum", avaliou o ator Claudio Heinrich. "Adorei, na arte n?o h? barreiras, ? proibido proibir", disse Em?lio Orciollo Netto.
J? Marco Ant?nio Gimenez conta que se identificou com o texto. "Ele aborda temas do cotidiano de muitos jovens hoje em dia, como a doideira dela e a tomada de consci?ncia. O nu n?o me chamou aten??o, Luana est? de peito aberto", avalia.
Diretor da pe?a e respons?vel por apresentar a personagem ? atriz, Marcus Alvisi vai mais longe. "Ela ? uma mulher no limite da vida. Quando h? subst?ncia, tudo se justifica: at? "cagar" em cena pode". Cabe ? pr?pria Luana a palavra final. "Est? no contexto. N?o ? um strip-tease da Luana. Fa?o porque cabe, quero, posso. A personagem vai se revelando". Como ela, desta vez, Luana mais do que nunca.